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Lula insiste e vai manter Padilha no front da articulação política pelos próximos meses 6j236u

Decisão ocorre após o Congresso ter causado uma série de derrotas ao governo na terça-feira (28), em sessão que derrubou vetos do presidente 1d6m1p

Por Gabriela Oliva
Publicado em 31 de maio de 2024 | 09:40
 
 
Brasília-DF - 07.07.2023 - O ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Alexandre Padilha, durante entrevista coletiva após encontro com o presidente Lula, no Palácio da Alvorada. Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

BRASÍLIA. Apesar das recentes derrotas impostas ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pelo Congresso Nacional na última terça-feira (28), o ministro Alexandre Padilha, responsável pela articulação política, deve permanecer no cargo - ao menos pelos próximos meses.

Embora haja discussões sobre uma possível reforma ministerial no governo Lula, essa mudança ainda está distante e prevista para ocorrer apenas entre as eleições municipais e a eleição da nova Mesa Diretora da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Até lá, Padilha continua na linha de frente da articulação com os parlamentares.

Para demonstrar seu voto de confiança em Padilha, Lula marcou para segunda-feira (3) a primeira reunião com líderes do governo, com o objetivo de participar diretamente da articulação política com o Congresso Nacional. A intenção do presidente é estar presente nesses arranjos, não deixando essa responsabilidade exclusivamente nas mãos de Padilha.

Além do ministro, participarão da reunião os líderes do governo no Congresso Nacional, Randolfe Rodrigues (Sem partido-AP), no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), e na Câmara, José Guimarães (PT-CE).

Lula enfrentou derrotas significativas nesta semana, incluindo a derrubada do veto sobre a restrição da saída temporária de presos em feriados, conhecida como "saidinha". Além disso, o Congresso manteve um veto que dificulta a punição para a disseminação de fake news de caráter eleitoral, uma medida adotada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.

Partidos como União Brasil, Republicanos e MDB, que possuem ministros no governo, foram decisivos para impor essas derrotas ao Palácio do Planalto.

Teimosia de Lula? 61594d

No último mês, Lula defendeu publicamente o ministro Alexandre Padilha após uma tensão com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), figura influente do Centrão.

Durante seu discurso na cerimônia de inauguração da nova sede da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), em 12 de abril, Lula destacou a persistência de Padilha no cargo: "Só de teimosia o Padilha vai permanecer nesse ministério por muito tempo". O ministro estava presente no evento.

Na ocasião, Lula descreveu a complexidade do cargo de ministro das Relações Institucionais ao longo do tempo: "O Padilha está em um cargo que parece ser o melhor do mundo nos primeiros seis meses, e depois começa a ser um cargo muito difícil. Os primeiros seis meses são como um casamento, a gente ainda não sabe os defeitos, a gente ainda tá se descobrindo, promete coisas que não vai fazer, começa o momento que começa a cobrar".

Ele enfatizou a importância da capacidade de lidar com adversidades no Congresso Nacional: "Mas só de teimosia o Padilha vai ficar muito tempo nesse ministério, porque não tem ninguém melhor preparado para lidar com adversidades no Congresso Nacional que o companheiro Padilha."

Relembre a tensão Lira x Padilha 1u3t2i

No último mês, o presidente da Câmara dos Deputados chamou Alexandre Padilha de "desafeto pessoal" e "incompetente". Em resposta, o ministro das Relações Institucionais afirmou que "não iria descer ao nível" para responder aos comentários de Lira.

Padilha ainda provocou Arthur Lira, natural de Alagoas: "Sinceramente, eu não vou descer a esse nível. Sou filho de uma alagoana arretada que sempre disse: 'meu filho, se um não quer, dois não brigam'. Eu aprendi a fazer política com o presidente Lula, política com civilidade", declarou o ministro.

Lira vem criticando Padilha desde o ano ado, acusando-o de descumprir acordos. Em resposta, o político alagoano deixou de fazer articulação política diretamente com o ministro.

O presidente da Câmara aumentou o tom ao demonstrar irritação com a interferência do Palácio do Planalto na votação sobre a manutenção da prisão do deputado Chiquinho Brazão (Sem Partido-RJ). Lira acusou Padilha de "plantar" a versão de que o resultado da votação significava um enfraquecimento dele à frente da Casa.

Posteriormente, Lira itiu que errou ao chamar Alexandre Padilha de "desafeto pessoal" e "incompetente". "Tenho erros e acertos, não tenho problema de reconhecer o erro quando eu faço", disse Lira em entrevista ao programa Conversa com Bial, da TV Globo.