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Reforma ministerial e troca de Randolfe Rodrigues devem ocorrer este ano
Decisões estão sendo articuladas após o Congresso ter imposto derrotas ao governo nesta terça-feira (28), em sessão que derrubou vetos do presidente Lula

BRASÍLIA. Uma reforma ministerial no governo do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), está prevista para ocorrer ainda este ano, entre as eleições municipais e a eleição da nova mesa diretora da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
As pressões por mudanças na Esplanada dos Ministérios, especialmente pela saída do ministro Alexandre Padilha, responsável pela articulação política do governo, se intensificaram após o Palácio do Planalto sofrer derrotas significativas na sessão do Congresso de terça-feira (28), com a derrubada do veto sobre a restrição da saída temporária de presos em feriados, conhecida como "saidinha".
Desde a demissão de Jean Paul Prates da presidência da Petrobras e a transferência do ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta, para o cargo de ministro extraordinário da reconstrução do Rio Grande do Sul, os governistas têm retomado a discussão sobre a reforma. A reestruturação, entre outras coisas, visa fortalecer a articulação política do governo e evitar novas derrotas no Congresso.
Além da questão da "saidinha", o Congresso manteve um veto que dificulta a punição para a disseminação de fake news de caráter eleitoral, medida adotada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Partidos como União Brasil, Republicanos e MDB, que possuem ministros no governo, foram decisivos para impor essas derrotas ao Palácio do Planalto.
Outro ponto de tensão na articulação política é a maneira como o governo gerencia os vetos, frequentemente adiando as negociações até o último momento. Esse método tem sido criticado por parlamentares, que acreditam que as negociações deveriam ser conduzidas de forma mais antecipada, a fim de evitar derrotas no Congresso.
Uma mudança adicional prevista para ocorrer entre as eleições municipais e a eleição da nova mesa diretora da Câmara e do Senado é a substituição na liderança do governo no Congresso, atualmente ocupada por Randolfe Rodrigues (sem partido). Ele está na mira do Partido dos Trabalhadores (PT), que o considera uma figura desgastada.
A insatisfação com Randolfe Rodrigues não é nova, mas se intensificou recentemente, com parlamentares criticando o que percebem como uma falta de traquejo político do senador. Nos bastidores, ele é avaliado como difícil de lidar, muito combativo e inclinado aos holofotes.
Os líderes do governo no Senado, senador Jaques Wagner (PT-BA), e na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), são considerados insuficientes para a articulação política necessária, especialmente considerando a importância do Centrão para o atual governo.
Outra preocupação dos interlocutores do governo são as eleições municipais. A reforma ministerial, juntamente com a substituição de Randolfe Rodrigues na liderança, visa antecipar e mitigar crises iminentes com o resultado eleitoral, já previsto como um “susto”.
Por outro lado, Randolfe Rodrigues afirmou nesta quarta-feira (29) que a derrota do Executivo na análise dos vetos pelo Legislativo era algo previsto. Segundo ele, os vetos derrubados estavam relacionados à pauta de costumes, enquanto outros vetos de pauta econômica e orçamentária foram mantidos.