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CINEMA

Homem com H: Filme de Ney Matogrosso destaca arte, amor e identidade

Com boa atuação e direção sensível, filme acerta no retrato humano do ídolo, mas tropeça na edição

Por Hora da Castanha
Publicado em 14 de maio de 2025 | 12:53

Dirigido e escrito por Esmir Filho, Homem com H é uma cinebiografia que mergulha na trajetória de Ney Matogrosso, um dos artistas mais provocadores e carismáticos da música brasileira.

O longa acompanha diferentes fases da vida do cantor, destacando três forças que o moldaram: sua relação conturbada com o pai, a descoberta da sua sexualidade e a entrega visceral à arte.

 

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Os três pilares

Antônio — pai de Ney — , um homem turrão, recorre a atos de agressão física e verbal, ao não aceitar o comportamento mais sensível do filho e nem mesmo suas ambições artísticas.
A criação conturbada toma o papel de barreira para que ele demore a buscar se entender melhor e perseguir sua vocação artística. Mas também se torna um impulsionador para que ele se liberte, a partir do momento que a a tomar mais controle de sua vida.

Sua entrada para a banda Secos e Molhados se torna então um grande divisor de águas. Finalmente, Ney encontra uma maneira de se expressar. Mesmo que não fosse compreendido por qualquer um, sua persona disruptiva e rebelde se torna um sucesso.

E com isso vem a liberdade para se descobrir sexualmente: o músico se entrega aos seus desejos em busca de experimentar o que lhe agrada e, como objetivo, encontrar amores verdadeiros que o acolhessem. Uma forma de suprir aquilo que nunca tivera.

A atuação que carrega

Fazendo com que tudo isso funcione com primor, está a atuação de Jesuíta Barbosa — que dá vida ao protagonista. Ele incorpora com precisão os trejeitos, a energia e o olhar do artista, capturando seu lado sensual, provocativo e, ao mesmo tempo, vulnerável. É através dele que o filme encontra o tom necessário para equilibrar os momentos de euforia com os de introspecção.

Biografia tradicional, mas com alma

Apesar de seguir a estrutura clássica de cinebiografias — com saltos temporais e episódios-chave da vida do protagonista — Homem com H se diferencia ao tratar Ney não só como ídolo, mas como ser humano. O roteiro evita explicar demais os coadjuvantes, mas ainda assim consegue emocionar ao dar profundidade ao personagem central.

A direção também merece elogios: há sensibilidade nas cenas mais íntimas, criatividade nas apresentações musicais e uma dose equilibrada de humor e drama.

Edição irregular, mas não fatal

Mas, se há um tropeço, ele está na montagem. Apesar de bons momentos — principalmente nas inserções musicais, que brilham e despertam curiosidade pela discografia de Ney — a edição faz o filme parecer ter um segundo ato eterno. Falta um clímax claro, uma nota final marcante.

Vale a pena assistir?

Apesar do problema de ritmo citado, isso não compromete a experiência como um todo. Homem com H é uma celebração sincera e afetiva da trajetória de Ney Matogrosso. Um filme que emociona, provoca e faz jus à figura única que é seu protagonista.  

O filme está em cartaz nos cinemas.

 

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