Senadores e deputados federais da oposição protocolaram, nesta quarta-feira (19), um pedido de impeachment do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), após declaração do magistrado no Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), no dia 12 de julho.

Na ocasião, o ministro disse que ajudou a ‘derrotar o bolsonarismo’ nas eleições de 2022. “Nós derrotamos a censura, nós derrotamos a tortura, nós derrotamos o bolsonarismo”, afirmou.

Segundo o documento, a declaração demonstra um partidarismo e uma posição político-partidária por parte de Barroso e de outros membros do STF e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

“O teor da fala do Denunciado não deixa dúvidas quanto à sua natureza também político-partidária. Mais ainda, também não há dúvidas de que o Denunciado emitiu juízo de sua filiação pessoal à corrente política oposta ao que chama de bolsonarismo, associando esta vertente política a características odiosas”, diz o pedido.

O requerimento também cita a reação do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), às falas de Barroso. No dia seguinte ao evento da UNE, o senador classificou como  “inadequada, inoportuna e infeliz” a postura do ministro e pediu retratação.

As manifestações de desaprovação por parte do presidente Pacheco nos deixam certos, certíssimos, que o presidente desta Casa também viu a gravidade dessas manifestações”, afirmou o senador Jorge Seif (PL-SC) em coletiva de imprensa.

No entanto, o senador diz divergir de Pacheco em relação à retratação e pede a ele a abertura do processo de impeachment. Cabe a Pacheco, como presidente do Senado, a prerrogativa de autorizar ou não a abertura de processos de impeachment contra ministros do Supremo.

Após o episódio do dia 12, Barroso emitiu nota dizendo que na declaração, se referia "ao extremismo", e não à corrente bolsonarista. Já o STF afirmou que a fala foi "retirada de contexto."

O pedido foi assinado por parlamentares de dez partidos: PL, MDB, Novo, União Brasil, PP, Republicanos, PSD, PSDB, Patriota e Podemos.