BRASÍLIA — O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), concedeu, nesta quinta-feira (5), uma licença de 127 dias à deputada Carla Zambelli (PL-SP) para tratamento de saúde e por "interesses particulares". O deputado Coronel Tadeu (PL-SP) ocupará a cadeira abandonada por Zambelli, que, segundo interlocutores, fugiu para a Itália. A deputada detém cidadania italiana e se encontra foragida; o nome dela consta na lista de difusão vermelha da Interpol.
A Câmara esclareceu que o pedido de licença apresentado por Zambelli é anterior ao mandado de prisão expedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) que prevê o afastamento dela do cargo.
"A decisão do STF a respeito da parlamentar foi recebida na quarta-feira (4) e o bloqueio de valores nela previsto teve o cumprimento determinado pela presidência", esclareceu a Câmara em publicação no X. O bloqueio dos salários e das verbas de gabinete da deputada estavam previstos na determinação do STF contra Zambelli; entretanto, é uma medida natural e interente à concessão da licença.
O ministro Alexandre de Moraes impôs, ainda, outras medidas restritivas contra Carla Zambelli. Entre elas o bloqueio dos aportes da deputada. Sobre o assunto, a Câmara informou que não foi notificada sobre os itens contidos na decisão. "Motivo pelo qual não há outras providências a serem tomadas até o momento", expôs.
A Câmara dos Deputados publicou, nesta quinta-feira (5), a licença da deputada Carla Zambelli (PL-SP), protocolada anteriormente à decisão do Supremo Tribunal Federal. Assume a vaga o deputado Coronel Tadeu (PL-SP).
— Câmara dos Deputados (@camaradeputados) June 5, 2025
O que aconteceu com Carla Zambelli?
A deputada Carla Zambelli informou, na terça-feira (3), que abandonou o Brasil. A mudança não foi informada a Daniel Bialski, advogado que optou por abandonar a equipe da parlamentar após a fuga do país. Zambelli embarcou primeiro para os Estados Unidos, e, segundo aliados, seguiu para a Itália. A saída da deputada após ser condenada à prisão pelo período de 10 anos por uma invasão hacker aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
O embarque da deputada para o exterior resultou em uma ordem de prisão expedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O relator dos processos contra Zambelli, ministro Alexandre de Moraes, exigiu o bloqueio dos aportes da deputada e de suas contas bancárias. Ele também determinou a inclusão do nome dela na lista de difusão vermelha da Interpol. Hoje, Zambelli é foragida da Justiça brasileira.
O STF determinou ainda, após a fuga, a abertura de um novo inquérito contra Carla. A investigação se debruça sobre a suposta prática dos crimes de coação no curso de processo e obstrução de investigação de infração penal relacionada a organização criminosa.