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Until Dawn: Filme transforma terror interativo do PlayStation em loop temporal sangrento
Adaptação cinematográfica aposta em mudanças ousadas para fugir do óbvio e criar nova experiência

Until Dawn: Noite de Terror, novo longa dirigido por David F. Sandberg, chega aos cinemas com a difícil missão de adaptar um dos jogos mais populares e únicos do PlayStation.
No entanto, ao invés de simplesmente seguir o roteiro do game, o filme toma um rumo completamente diferente — e essa decisão, apesar de arriscada, traz resultados interessantes.
Slasher Interativo
O jogo tem uma proposta clara: recriar um filme de terror slasher bem genérico e estereotipado. Isso obviamente implica em adolescentes com hormônios à flor da pele presos em uma cabana isolada, cercados por uma ameaça misteriosa, violenta e imparável.
Porém, é aí que vem o diferencial: a jogabilidade. Until Dawn possui uma narrativa ramificada, conduzida pelas escolhas de quem está jogando. Escolhas que, inclusive, podem definir a sobrevivência ou a morte dos personagens, o que implica em centenas de variações da história.
Reproduzir algo semelhante a experiência descrita seria impossível no cinema. É até curioso pensar no porquê desse projeto ter sido escolhido para virar filme. A adaptação teria de canonizar uma das ramificações como a correta, e isso nunca foi o objetivo da obra.
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Um amálgama de estilos e mecânicas
A solução foi partir de uma história original, dessa forma não correndo o risco de mexer no vespeiro que é a fanbase de um jogo. Ao mesmo tempo, o filme inova em alguns pontos e agrega elementos da indústria.
No longa, acompanhamos Clover (Ella Rubin) e seu grupo de amigos, que entram em um ciclo temporal macabro ao chegarem em um casarão abandonado, enquanto procuram a irmã desaparecida da protagonista.
Para se diferenciar de outras produções do gênero e justificar a adaptação de um videogame, o filme cria uma espécie de missão principal para os personagens seguirem. Presos em um loop, eles descobrem que precisam sobreviver até o amanhecer para conseguirem escapar de todo terror que os ameaça.
Outro ponto importante para se destacar dos demais é pegar emprestado uma mecânica familiar ao universo dos games: a possibilidade de morrer, “perder uma vida” e tentar novamente. Quando todos os personagens morrem durante a noite, o tempo volta para o princípio, e eles devem tentar novamente.
Além disso, o filme ainda inova o tropo do loop, transformando cada noite em uma experiência única, impossibilitando que os protagonistas se preparem para uma nova tentativa sabendo o que podem encarar.
Cria-se assim uma espécie de filme roguelike, pois além dos cenários aleatórios e tentativas desde o princípio, eles ainda têm poucos recursos para se defender, e am por uma curva de aprendizado na qual precisam explorar o ambiente para entender as regras “do jogo”.
Regras essas que — embora algumas surjam do nada, sem muita explicação — , na maioria das vezes são bens construídas e auxiliam o ritmo do longa, conseguindo manter o público envolvido na proposta.
Erros e acertos
Apesar da criatividade na estrutura, o filme peca em atuações pouco convincentes e momentos de exposição forçada, que tiram a naturalidade de algumas cenas.
Os personagens até fogem daquela máxima do gênero, em que todos são completamente ignorantes ao que está acontecendo à sua volta. Eles realmente aprendem com as situações que vivem e se preocupam em não repetir atitudes comuns de filmes de terror.
Mesmo assim, você não consegue se conectar com eles. Introduzindo-os no meio de uma jornada, o roteiro sente que precisa explicar ao público o que eles sentem uns pelos outros, ao invés de simplesmente mostrar.
E a exposição ainda perde a linha quando resolve explicar até mesmo as metáforas da trama. O que é muito irônico, visto que resolve deixar de fora alguns detalhes que dariam ao espectador uma noção maior do que está acontecendo, como o porquê do looping temporal existir, e como ele afeta algumas pessoas e outras não, por exemplo.
Ainda assim, a atmosfera assustadora, repleta de cenas gore e jump scares, conseguem segurar o interesse de quem está ali. É um filme que não vai falhar em agradar quem espera um terror de conforto, com elementos que fogem à expectativa.
Porém, vale ressaltar que para quem conhece o jogo, a trama distante da original pode causar estranheza. Mesmo que haja uma boa dose de easter eggs e referências espalhadas ao longo da história.
É importante também dizer que o próprio filme deixa claro que não tenta substituir a história do jogo. Ambos podem existir no mesmo universo e se complementar, com elementos semelhantes.
Until Dawn tem cena pós créditos?
Não, você pode sair da sala assim que o filme acabar. Até existe uma pista para o futuro, mas ela acontece na última cena.
Veredito
Until Dawn: Noite de Terror entrega um slasher moderno com boas ideias, mas de execução falha. Não é fiel ao jogo, mas encontra seu próprio caminho ao brincar com o conceito de repetição e sobrevivência. É uma pedida interessante para fãs de terror e de narrativas interativas, mesmo com seus tropeços.
Se você gosta de sustos, tensão e sangue — ou simplesmente quer ver como o universo do jogo foi reinterpretado — o filme está disponível nos cinemas.
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