Hormônios pra que te quero?
Menopausa pode ser momento de angústia
Ao envelhecermos, principalmente nós, mulheres, amos por uma série de transformações hormonais complexas, e, entre elas, uma das mais expressivas – se não for a mais – com certeza é o climatério, que conhecemos como “menopausa”.
A menopausa representa um momento de muita angústia para várias mulheres, a queda dos hormônios, os calores, insônia, mudanças de humor... estes são apenas alguns dos sintomas que observo todos os dias em meu consultório.
No climatério, nenhuma experiência é individual, no entanto encontramos mulheres com vivências que parecem naturais e outras que parecem definir verdadeiros filmes de terror ao relatarem o que estão vivendo.
Essas nuances comumente estão associadas a marcadores inflamatórios e hábitos da paciente. O que torna tudo um pouco mais complexo é o fato de que justamente a paciente que apresenta essa alteração mais expressiva é que costuma apresentar os sintomas mais intensos e desafiadores, ao mesmo tempo em que tem menor indicação de reposição hormonal, principalmente se seu quadro estiver associado a algum tipo de redução da função hepática.
Desafio da reposição hormonal e fitoterápicos
A dificuldade de conviver com esses sintomas leva a um grande aumento do uso de antidepressivos por mulheres durante o climatério, o que também pode agravar a condição do fígado.
Outro desafio para o uso de reposição de hormônios é um histórico de doenças oncológicas, principalmente se o câncer teve relação direta com algum órgão feminino, como câncer de útero, ovário ou mama.
Nesses casos, o uso de fitoterápicos tem trazido ao meu consultório resultados interessantes. Não entro aqui em um diálogo sobre o que é melhor ou pior, mas é interessante perceber que existem alternativas que podem se adequar à realidade de mulheres que não podem ou não desejam seguir pelos caminhos convencionais ao lidarem com esses desconfortos.
Alimentação adequada na menopausa
Uma atitude que também demonstra grande efetividade no combate aos sintomas do climatério é a adequação da alimentação. Evitar alimentos com índice glicêmico alto e ultraprocessados reduz grandemente a ocorrência dos calores que são provenientes de uma vasoconstrição seguida de uma vasodilatação.
Ter uma alimentação adequada, praticar atividades físicas e realizar uma higiene do sono parece um papo que todo médico repete como um mantra, mas eu te garanto que todo profissional focado em uma visão integral do indivíduo vai considerar todas essas partes antes de realizar uma intervenção.
Não digo em nenhum momento que reposição hormonal ou outras opções sejam inerentemente ruins, mas acredito que precisamos ter a intenção de estarmos bem e desenvolvermos uma rotina que nos permita ter o autocuidado antes de buscarmos uma intervenção externa naquilo que somos capazes de fazer.
Assumir o protagonismo da própria saúde ainda é o melhor que podemos fazer em qualquer etapa da vida.