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Meira Souza

Meira Souza é médica com especialização em anestesiologia, acupuntura e clínica de dor, é autora de três livros e proprietária e diretora da Clínica Dra. Meira Souza

DRA MEIRA SOUZA

Cálculos renais, um problema evitável

Mudança de hábitos e exames regulares

Por Meira Souza
Publicado em 15 de março de 2025 | 07:00

Toda verdade é temporária. Houve um tempo em que pessoas que tinham cálculo renal evitavam comer alimentos com cálcio, pois acreditávamos que o cálcio era capaz de gerar um processo de mineralização dentro dos rins.

Atualmente, nosso conhecimento sobre cálculo renal vai além. Compreendemos que eles também são formações de fragmentos minerais que saem dos ossos, ou seja, a causa não é exclusivamente o excesso de minerais na alimentação, mas a perda de minerais provenientes dos ossos também.

Isso ocorre porque os rins são filtros do nosso sangue, e, quando existe um acúmulo mineral na rede sanguínea por um longo período, o cálculo se forma.

Se o cálculo fica parado no lugar, nada muito dramático acontece, não surgem sintomas nem dor. No entanto, a movimentação desses cálculos gera a famosa cólica renal.

A descida dos fragmentos minerais dos rins até a bexiga por meio do ureter costuma ser bastante dolorosa, e, caso ocorra obstrução, surge uma dor tão intensa que mesmo mulheres que já deram à luz afirmam que a dor do cálculo é mais forte.

Em casos mais extremos, pode ocorrer até mesmo a perda da função renal devido à obstrução ureteral pelo cálculo. O rim dilata em um doloroso processo até o ponto da hidronefrose, que pode gerar uma perda parcial ou total dos rins.

Já entendemos a gravidade do processo, mas então como evitar a perda de minerais dos ossos?

Um bom começo é evitar o consumo de refrigerantes, de alimentos com alto índice de cafeína, que aumentam o índice de acidez do corpo, além do consumo exagerado de alimentos de origem animal ou até mesmo de proteínas, pois elas são formadas por aminoácidos, ou seja, o seu excesso também aumenta a acidez do pH no sangue, que impulsiona o processo de desmineralização óssea.

Em exames simples de urina, já é possível verificarmos se está ocorrendo a perda de minerais. A presença de uratos amorfos na urina denuncia essa perda, por isso é importante estar atento, pois esse processo ocorre antes da presença de cálculo. É hora, portanto, de mudar hábitos, por meio da dieta e do consumo de água, principalmente.

Oxalato de cálcio, ácido úrico e alta acidez na urina também são fortes alertas de que a formação de cálculo renal já começou, além de indicar uma tendência ao desenvolvimento de osteoporose no futuro.

Uma vida saudável entrega mais do que disposição e vigor; entrega vitalidade e longevidade com qualidade de vida.
Precisamos investir agora para que não tenhamos que correr atrás do prejuízo no futuro. É necessário ficar atento e se tratar com amor e disciplina. Nada é proibido se for feito com moderação – não se trata de se privar, mas sim de organizar a vida de forma a priorizar a saúde