BRASÍLIA - O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), deve indicar ainda nesta quarta-feira (23) o nome do novo ministro das Comunicações, após o mal-estar gerado com o governo pela recusa do deputado Pedro Lucas Fernandes (MA), líder do União Brasil na Câmara, para assumir a pasta.
Segundo aliados, o presidente do Senado cogita indicar uma pessoa com perfil técnico e menos político. O mais cotado é o presidente da Telebras, Frederico de Siqueira Filho, também aliado de Alcolumbre. Além disso, ele já faz parte da estrutura do Ministério das Comunicações, uma vez que a estatal faz parte da composição da pasta.
Há a expectativa de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se encontre ainda nesta quarta-feira com o senador para definir o nome do novo ministro. O Palácio do Planalto considerou um gesto desrespeitoso e constrangedor a desistência de Pedro Lucas, depois que ele foi anunciado publicamente pela ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.
Em um aceno a Alcolumbre, no entanto, Lula decidiu manter o Ministério das Comunicações sob controle da sigla. O comando da pasta ficou vago após a saída de Juscelino Filho (União Brasil-MA), denunciado pela Procuradoria-Geral da República por suposto desvio de emendas parlamentares.
Racha no União Brasil motivou desistência
No dia seguinte à reunião com o presidente Lula, no Palácio da Alvorada, Pedro Lucas afirmou que ainda iria discutir com a bancada do União Brasil se aceitaria ou não entrar no governo Lula. Na terça-feira (22), após reunião com os deputados do partido, ele divulgou uma nota oficializando a recusa.
"Tenho plena convicção de que, neste momento, posso contribuir mais com o país e com o próprio governo na função que exerço na Câmara dos Deputados", diz nota divulgada pelo parlamentar.
"Minhas mais sinceras desculpas ao presidente Lula por não poder atender a esse convite. Recebo seu gesto com gratidão e reafirmo minha disposição para o diálogo institucional, sempre em favor do Brasil", continua o texto.
O principal ime foi a definição de um novo líder para a bancada na Câmara. O União Brasil enfrenta divisões internas, com uma ala oposicionista e outra mais próxima do governo federal. O partido tem indicados no comando de outros dois ministérios (Turismo e Desenvolvimento Regional).