INFLAÇÃO

Governo fará nova reunião para discutir ações para conter alta no preço dos alimentos

Após reunião na Fazenda, ministro da Agricultura negou ‘surpresas’ e medidas heterodoxas 

Por O Tempo Brasília
Publicado em 29 de janeiro de 2025 | 15:10

BRASÍLIA - O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou nesta quarta-feira (29) que o governo estuda soluções técnicas para conter a alta no preço dos alimentos e negou a possibilidade de adoção de medidas “heterodoxas”. "São medidas o a o, sem nenhuma surpresa, sem pirotecnia", disse o ministro, após reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad

Fávaro antecipou que será realizada uma reunião mais ampla, na quinta-feira (30), com a participação do Ministério do Desenvolvimento Agrário e da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) definiu como prioridade do governo em 2025 conter a alta no preço dos alimentos e cobra propostas dos ministérios. Haddad, no entanto, já afirmou que não há espaço fiscal para medidas emergenciais de redução no curto prazo. 

Fávaro acredita que a desvalorização do dólar e a previsão de uma supersafra em 2025 devem contribuir para a estabilidade dos preços. Segundo o ministro, um novo Plano Safra também está em discussão. 

Além disso, o ministro negou que a redução da alíquota de importação seja uma afronta à agropecuária brasileira e afirmou que a medida, se adotada, será pontual e equilibrada, sem prejudicar a produção interna. 

“Vamos desmitificar isso. Não é uma medida para importar alimento, para afrontar a agropecuária brasileira. De jeito nenhum. Mas pontualmente, se tiver”, afirmou. 

O ministro também defendeu as exportações, destacando que recordes no setor impulsionam a economia, geram empregos e aumentam a renda da população, o que fortalece o poder de compra dos brasileiros. 

Após reunião com o presidente Lula, na sexta-feira (24), o ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que uma das propostas do governo para conter a alta no preço dos alimentos é reduzir alíquotas de importação. 

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados em 10 de janeiro revelaram que os alimentos no domicílio, que são itens utilizados de forma rotineira em casa, tiveram inflação de 8,23% ao longo de todo o ano de 2024.   

Os destaques que impactaram esse aumento foram as carnes (20,84%), o café moído (39,60%), o leite (18,83%) e as frutas (12,12%). O índice é medido pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

“Se os preços desses produtos no mercado internacional estiverem mais baixos do que no mercado nacional, isso será rapidamente analisado e a alíquota de importação desses produtos será reduzida. Ou seja, os produtos que estejam com o preço interno maior do que o preço externo, nós atuaremos na redução de alíquota para forçar o preço a vir pelo menos para o patamar internacional”, disse Costa. 

O ministro também negou a possibilidade de adoção de medidas heterodoxas, como o tabelamento de preços, para baratear o custo dos alimentos.  

“Nenhuma medida heterodoxa será adotada. Não haverá congelamento de preço, tabelamento, fiscalização. Não terá fiscal do Lula. Não terá rede estatal de lojas, isso sequer foi apresentado em nenhuma reunião”, afirmou, em entrevista a jornalistas.