COMIDA NA MESA

Governo Lula nega tabelamento de preços de alimentos 

Entre as medidas estudadas pelo governo para baratear custos dos alimentos, está redução na alíquota de importação

Por Ana Paula Ramos
Atualizado em 24 de janeiro de 2025 | 16:25

BRASÍLIA - Após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, negou nesta sexta-feira (24) a possibilidade de tabelamento de preços para baratear o custo dos alimentos. Essa é uma das prioridades apontadas pelo Planalto para 2025.  

“Nenhuma medida heterodoxa será adotada. Não haverá congelamento de preço, tabelamento, fiscalização. Não terá fiscal do Lula. Não terá rede estatal de lojas, isso sequer foi apresentado nesta, nem em nenhuma, reunião”, disse, em entrevista a jornalistas.

Na quarta-feira (22), em entrevista ao programa “Bom dia, ministro”, Rui Costa, afirmou que o governo buscava um “conjunto de intervenções” para baixar os preços dos alimentos. Depois voltou atrás e negou eventuais intervenções artificiais nos preços. A pasta alegou que o governo estuda “ações”.    

Entre as medidas estudadas pelo governo federal, está a redução da alíquota de importação de alimentos cujos preços estejam mais baixos no mercado internacional do que no mercado brasileiro.   

“Se os preços desses produtos no mercado internacional estiverem mais baixos do que no mercado internacional, poderá ser rapidamente reduzida a alíquota de importação desses produtos. Não justifica estarmos com preços acima do preço internacional, porque o Brasil é um dos maiores produtores de alimentos e de grãos do mundo”, disse Rui Costa. 
 
Além disso, na reunião, Lula pediu aos ministros Carlos Fávaro (Agricultura) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) que priorizem os alimentos que compõem a cesta básica na elaboração dos próximos Planos Safra, que fomentam a atividade agrícola no país. O Plano Safra prevê linhas de crédito e incentivos a produtos agrícolas. 
 
Em reunião ministerial na segunda-feira (20), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cobrou de seus ministros a redução no preço dos alimentos que, de acordo com ele, “estão caros na mesa do trabalhador”. O petista afirmou que é preciso ter preços compatíveis com o que a população ganha.  

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados em 10 de janeiro revelaram que os alimentos no domicílio, que são itens utilizados de forma rotineira em casa, tiveram inflação de 8,23% ao longo de todo o ano de 2024.   

Os destaques que impactaram esse aumento foram as carnes (20,84%), o café moído (39,60%), o leite (18,83%) e as frutas (12,12%). O índice é medido pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).