INFLAÇÃO DA COMIDA

Governo vai baixar imposto de importação para baratear alimentos, diz Rui Costa

Ministro diz que governo não tomará medidas heterodoxas, como congelamento ou tabelamento de preços

Por Levy Guimarães
Publicado em 24 de janeiro de 2025 | 14:52

BRASÍLIA - O governo federal vai reduzir a alíquota de importação de alimentos cujos preços estejam mais baixos no mercado internacional do que no mercado brasileiro. O anúncio foi feito pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, após reunião comandada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nesta sexta-feira (24), no Palácio do Planalto.

O encontro, que teve a presença de outros ministros, discutiu possíveis medidas para baratear o preço dos alimentos, um dos principais desafios que o governo terá pela frente em 2025. Lula já traçou como prioridade reduzir a inflação desses produtos.

“Se os preços desses produtos no mercado internacional estiverem mais baixos do que no mercado internacional, poderá ser rapidamente reduzida a alíquota de importação desses produtos. Não justifica estarmos com preços acima do preço internacional, porque o Brasil é um dos maiores produtores de alimentos e de grãos do mundo”, disse Rui Costa.

Além disso, na reunião, Lula pediu aos ministros Carlos Fávaro (Agricultura) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) que priorizem os alimentos que compõem a cesta básica na elaboração dos próximos Planos Safra, que fomentam a atividade agrícola no país.

Os ministros acreditam, ainda, que após um 2024 de eventos climáticos extremos, como secas e chuvas intensas que prejudicaram a safra de diversos alimentos, 2025 será um ano de maior estabilidade.

“De 2024 para 2025, além de estimularmos através do maior Plano Safra da história, Deus nos abençoou com um clima muito favorável. E nós teremos, então, um aumento da produção, o que faz com que a estabilidade de preço dos alimentos possa ser estabelecida”, disse Carlos Fávaro.

Por outro lado, Rui Costa descartou a adoção de qualquer medida considerada “heterodoxa”, como congelamento e tabelamento de preços, já adotados no Brasil na década de 1980.

Na última quarta-feira (22), Rui Costa gerou ruído com a declaração de que o governo iria buscar “intervenções” para baratear os alimentos. O uso do termo gerou um receio no mercado de eventuais medidas do Poder Executivo para baixar os preços dos alimentos de forma artificial - o que poderia provocar consequências negativas na economia a médio prazo.

O alto preço dos alimentos é um dos desafios do governo. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados em 10 de janeiro revelaram que os alimentos no domicílio, que são itens utilizados de forma rotineira em casa, tiveram inflação de 8,23% ao longo de todo o ano de 2024.