BRASÍLIA. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) saiu em defesa do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta quinta-feira (13) ao dizer que desconhece “pressão" sobre o auxiliar e que o ministro é “extraordinário”.
O petista disse ainda que “a bola agora” está nas mãos do Senado e dos empresários para encontrarem “uma solução” para a compensação da desoneração da folha de pagamento.
Lula disse ainda que a elaboração de uma proposta não deveria ter sido uma “responsabilidade” do governo federal, mas que Fernando Haddad acabou assumindo essa tarefa.
"Não tem nada contra o Haddad. O Haddad é um ministro extraordinário. Não sei qual a pressão com o Haddad. Todo ministro da Fazenda, desde que eu me entendo por gente, ele vira um centro do debate: quando a coisa está certa, quando a coisa não está certa”, declarou o petista. As declarações do petista ocorreram em Genebra, na Suíça, após participar de um Fórum da Organização Mundial do Trabalho (OIT).
O chefe da área econômica do governo Lula tem sofrido pressão interna do PT e do próprio mercado pela condução da pasta. Uma das críticas é a dificuldade do governo em cortar gastos para cumprir a meta fiscal. Pelo lado do partido, petistas alegam que certas medidas foram anunciadas sem comunicação prévia aos líderes e à Presidência do Senado.
O resultado concreto é que o Palácio do Planalto sofreu uma derrota nesta semana, quando o Senado decidiu devolver a Medida Provisória do PIS/Cofins, também conhecida como MP da Compensação.
“O Haddad tentou ajudar os empresários construindo uma alternativa a desoneração. Que não deveria ter sido o Haddad a assumir a responsabilidade. Na realidade, o Haddad assumiu. Ele fez uma proposta. Os mesmos empresários não quiseram”, frisou Lula.
A MP do PIS/Cofins anunciada na semana ada pelo governo federal, tinha como objetivo criar um aumento de arrecadação como forma de compensar os cofres da União, por causa das perdas de receita com o recolhimento dos impostos da desoneração da folha de pagamento.
O presidente disse que, com a devolução da Medida Provisória, “a bola” não está nas mãos da sua equipe. “Agora, tem uma decisão da Suprema Corte que vai acontecer. Se em 45 dias não houver acordo de desoneração, o que vai acontecer? Vai acabar a desoneração, que era o que eu queria, por isso eu vetei naquela época. Então, agora, a bola não está mais nas mãos do Haddad. A bola está na mão do Senado e nas mãos dos empresários. O Haddad tentou, não aceitaram. Então, encontrem uma solução", concluiu.
Reunião de Haddad e Tebet
Nesta quinta-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reuniu com a ministra do Planejamento, Simone Tebet. Após o encontro, Haddad disse que todas as propostas dos senadores para compensar a desoneração da folha de pagamentos serão processadas pela equipe econômica. Ele disse acreditar que os Poderes vão chegar a um consenso rápido sobre o assunto.
O ministro da Fazenda afirmou ainda que, a partir da semana que vem, também irá colocar “algumas propostas” na mesa, mas ressaltou que o foco está em analisar o impacto dos projetos que serão sugeridos pelo Senado.
“Todas as propostas dos senadores vão ser processadas por nós, para encaminharmos análise de impacto de cada uma delas. A mediação será feita pelo senador Jaques Wagner (PT-BA) sem prejuízo do diálogo com mais senadores interessados. Então penso que vamos chegar ao denominador rápido", disse Haddad.