CÂMARA DOS DEPUTADOS

PT quer cassação e prisão de Eduardo Bolsonaro a partir de representação no Conselho de Ética

Supremo Tribunal Federal (STF) atendeu recomendação da PGR e instaurou inquérito para investigar o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP)

Por Lara Alves
Atualizado em 26 de maio de 2025 | 19:34

BRASÍLIA — O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (PT-RJ), informou nesta segunda-feira (26) que recorrerá ao Conselho de Ética pela cassação e até pela prisão preventiva do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), hoje nos Estados Unidos.

A posição do partido ocorre em paralelo à abertura de um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar o parlamentar — ele é suspeito de constranger e intimidar as autoridades brasileiras ao tentar articular sanções internacionais contra elas.

Segundo antecipou Lindbergh, a representação contra Eduardo será protocolada ainda nesta segunda-feira. O avanço do processo depende diretamente da presidência do Conselho de Ética, que decidirá quando dará início à discussão para decidir se a representação do PT será aceita ou não.

O partido quer a cassação do mandato e ainda a prisão preventiva do deputado; a justificativa, segundo a legenda, são as “conspirações” de Eduardo contra o Supremo Tribunal Federal durante sua permanência nos Estados Unidos.

No fim da tarde de segunda-feira, o STF acatou a recomendação da PGR e decidiu pela abertura de um inquérito contra o deputado licenciado.

O relator é o ministro Alexandre de Moraes, principal alvo dos ataques e das acusações de Eduardo e de seus aliados. O STF também determinou, antecipadamente, a derrubada do sigilo do processo, que foi tornado público.

Desde que se afastou do mandato e do Brasil, Eduardo Bolsonaro tem feito manifestações públicas pedindo que os Estados Unidos cancele os vistos, bloqueie bens e imponha restrições econômicas contra ministros do STF e nomes da Polícia Federal (PF) e da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Na manifestação favorável à abertura do inquérito, o procurador-geral, Paulo Gonet Branco, entendeu que há indícios de que o deputado tenta interferir no julgamento do inquérito do golpe.