Em busca de catapultar a candidatura do deputado federal Fábio Ramalho (MDB) à vaga aberta no Tribunal de Contas da União (TCU), parte da bancada federal mineira chegou a sondar o governador Romeu Zema (Novo) para somar esforços à empreitada. Fabinho, como é conhecido, é um dos quatro deputados federais candidatos à cadeira ocupada até julho ado pela ministra Ana Arraes.
A ideia apresentada ao secretário-geral de Estado, Mateus Simões (Novo), seria alçar o deputado federal Hercílio Coelho Diniz (MDB), reeleito, ao posto de secretário de Estado. Assim, Hercílio, após ser empossado, licenciaria-se do mandato, abrindo caminho para Fabinho retornar à Câmara dos Deputados, já que será o primeiro suplente. Prestes a encerrar o quarto mandato, o ex-prefeito de Malacacheta, no Vale do Mucuri, não conseguiu se reeleger.
Fabinho, então, assumiria o mandato até a eleição, que, inicialmente prevista ainda para este ano, foi adiada pelo presidente Arthur Lira (PP-AL). A preocupação é que a candidatura perca força caso o emedebista permaneça sem mandato, uma vez que, dentre os quatro postulantes, Fabinho é o único a não ter sido reeleito. Ainda concorrem à cadeira os deputados federais Jhonatan de Jesus (Republicanos-RR), Hugo Leal (PSD-RJ) e Soraya Santos (PL-RJ).
Em contrapartida, o movimento, como avaliam entusiastas, atenderia Minas Gerais com mais um mineiro no TCU e acomodaria o MDB no primeiro escalão do governo – o partido foi um dos nove a integrar a coligação encabeçada por Zema à reeleição. Entretanto, a ideia não encontrou eco no Palácio Tiradentes. Aliás, o próprio governador já deixou claro que o atual secretariado será mantido caso todos os quadros desejem permanecer em 2023.
Questionado, Simões confirmou que várias pessoas, “deputados e não deputados”, já levaram a ele a ideia de oferecer uma secretaria a Hercílio para catapultar Fabinho de volta à Câmara dos Deputados. “Mas não é um tema da nossa agenda neste momento”, afirmou o vice-governador eleito. Conforme já mostrou o Aparte, o deputado federal acredita que, assim como Aroldo Cedraz em 2007, pode ser indicado ao órgão sem ter sido reeleito.
Anastasia. A indicação ao TCU é um desejo antigo de Fabinho. O parlamentar, que foi 1º vice-presidente quando Rodrigo Maia (PSDB) presidiu a Casa, é conhecido pelo bom trânsito não apenas no Congresso Nacional, mas no Judiciário. Ele, por exemplo, foi o relator na Câmara dos Deputados do projeto de lei que criou o Tribunal Regional Federal da 6ª Região (TRF-6) em Belo Horizonte. Caso viabilize a indicação, Fabinho será o segundo mineiro a chegar ao TCU em um curto espaço de tempo. Em dezembro de 2021, o então senador Antonio Anastasia (PSD) foi eleito.