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Andor: a série de Star Wars que ninguém esperava, mas que entregou tudo
Com roteiro denso, crítica ao autoritarismo e personagens moralmente complexos, a série rompe com a fantasia e traz uma nova cara ao principal conflito da saga
Em 2016 a Disney inovou sua abordagem com Star Wars, trazendo ao cinema o primeiro spin-off em live action da saga. Com um elenco novo e sem a presença de personagens conhecidos, ela buscou responder uma questão que havia virado piada no fandom: por que a Estrela da Morte tinha um ponto fraco tão simples.
Apesar do projeto inteiro ser muito arriscado e do processo conturbado de produção, que ou por diversas refilmagens, Rogue One: Uma História Star Wars superou as expectativas dos fãs, virando um dos favoritos de muitos.
Com uma história concentrada muito mais nos esforços da Aliança Rebelde do que na presença de um herói escolhido pelo destino, o filme se baseou em uma abordagem de espionagem e guerrilha que expandiu ainda mais o que conhecíamos sobre esse conflito.
E tendo sucesso com essa abordagem, a Disney não pensou duas vezes em como manter esses fãs que havia conquistado. Porém, como Rogue One termina momentos antes do início de Uma Nova Esperança (1977), a única possibilidade de trazer novamente essa história era através da origem de um dos seus personagens centrais: Cassian Andor (Diego Luna).
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Assim nascia a série Andor. Um projeto repleto de dúvidas, visto que o personagem não havia sido o chamariz do filme que participou. E com a crescente debandada de fãs da saga em função dos polêmicos Os Últimos Jedi (2017) e Ascensão Skywalker (2019), muitos consideravam que essa série estava fadada ao esquecimento.
Em razão disso, quando a produção finalmente ganhou vida no serviço de streaming, em setembro de 2022, nem mesmo a própria empresa se preocupou em gastar seus esforços com uma divulgação maciça e com a conhecida antecipação semanal de cada episódio. Além disso, de nada ajudava a distância de 6 anos entre o filme e a série — muitos fãs já haviam esquecido sobre o personagem.
Mesmo assim, o resultado foi uma surpresa ainda maior que a de Rogue One. Sob o comando do showrunner Tony Gilroy, Andor elevou o tom, trazendo um tom muito mais sério do que o que padrão de qualquer outra obra da franquia.
Situada 5 anos antes dos filmes citados anteriormente, três núcleos interligam suas tramas, utilizando-se de uma estrutura de arcos, para garantir o andamento da história:
Cassian, a princípio um mero ladrão e contrabandista, despertando para o chamado da revolução,
a consequência de seus atos para o aumento da influência do Império nos pequenos sistemas, intensificando ainda mais o controle sobre a população
e os pontos de insurgência, que culminam na necessidade de união contra essa tirania.
Fugindo da dualidade pura do bem contra o mal em que a saga é famosa por se basear, Andor dissocia de toda essa fantasia por meio de sua excelente escrita. Pintando o Império com as cores de uma ditadura fascista que sempre foi, o enredo busca se concentrar nas pequenas pessoas: em como suas vidas são prejudicadas por essa força implacável, e quais atitudes elas precisam tomar para lidar com esse problema — sendo elas moralmente corretas ou não.
Em um grande jogo de xadrez galático, os rebeldes precisam se utilizar da espionagem, manipulação política, sacrifício de si mesmo ou de peças-chave, entre outras práticas, para contra-atacar o abuso de autoridade, a tortura e de toda a máquina de propaganda imperial.
A série ainda conta com um brilho técnico pouco visto nas demais produções diretamente para o streaming. Começando pela locação das filmagens, ela depende menos de cenários totalmente artificiais. Em conjunto a isso, o figurino contrasta a perfeição monocromática do Império, com a diversidade de povos com quem interagem — estabelecendo diferenças culturais, e garantindo realismo ao permitir o desgaste de suas vestes.
Outro destaque fortíssimo fica para a qualidade do elenco, com cada núcleo muito bem escalado. E além do próprio protagonista, o roteiro ainda reserva momentos impactantes para Stellan Skarsgård (Luthen Rael), Fiona Shaw (Maarva Andor) e Andy Serkis (Kino Loy).
Mas apesar de todos os elogios, vale o alerta de que é necessário uma paciência inicial com o ritmo da série. O início da primeira temporada é mais lento, e tem sido forte um fator para a desistência do público.
Portanto, fica aqui a recomendação para conhecer essa obra, seja você um fã de Star Wars, ou até mesmo um grande leigo no assunto. Com pouquíssimas referências a personagens e eventos, a série é possível de ser consumida sem se preocupar em conhecer os demais conteúdos da franquia.
E embora pouco assistida, sua primeira temporada foi aclamada pela crítica, o que rendeu 8 indicações ao Emmy em 2022. A promessa é de que a próxima temporada eleve o nível de tudo visto nos 12 episódios anteriores.
Quando estreia Andor 2ª temporada e onde assistir?
Sua temporada final chega ao Disney+ hoje, 22/04 às 22h, e será lançada semanalmente com blocos de 3 episódios, até o dia 13/05, sempre às terças-feiras. Mantendo a estrutura de arcos, cada trio de episódios avançará um ano na trama, encaixando por fim a primeira temporada, com o filme que deu luz a todo esse projeto.
Caso queira uma discussão ainda mais detalhada, e com spoilers, temos um episódio de Andor no nosso podcast!
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