Trump ameaça o mundo
'Tarifaço' provoca reações no comércio global e nos EUA
Aonde o presidente americano Trump quer chegar ninguém sabe. Talvez nem ele mesmo. Mas que ele se considera o dono do mundo ninguém tem mais dúvida. Assim como ninguém tem dúvidas de que está jogando todas as fichas para o público norte-americano, pensando na reeleição para um terceiro mandato, algo impensável na legislação do país.
Ao decretar o “tarifaço” na semana ada Trump agitou o mundo que reagiu. A China, a outra potência mundial, reagiu de uma forma até inesperada, sobretaxando as importações de produtos norte-americanos com tarifas que assustaram o próprio Trump. O Brasil tem agido com moderação, mas sem submissão.
Talvez o inesperado para Trump tenha sido mesmo a reação da população. Os protestos internos começaram no sábado (5.4), com o povo nas ruas em várias cidades americanas e em outros países. E o jogo pesado nem começou, pois, as tarifas exorbitantes, aquelas perto dos 50%, só começam a vigorar nesta semana.
Mas o povo já sente o peso das medidas nos preços e protesta. Trump pede paciência ao povo garantindo que tudo vai melhorar e que, em pouco tempo, os Estados Unidos vão se livrar da dependência externa, com uma economia forte e independente.
Donald, com seu jeito peculiar de falar, fazendo “caras e bocas”, tenta vender para o seu povo que o país é vítima de um complô mundial e que as políticas adotadas pelos parceiros comerciais “constituem uma ameaça incomum e extraordinária à segurança nacional e à economia dos Estados Unidos”. Uma falácia pois o governo americano, sempre manteve tarifas de importação mais baixas para beneficiar a própria economia, pois com tarifas mais baixas, os Estados Unidos conseguiam importar produtos de baixo custo e, ao mesmo tempo, exportar itens de maior valor, como tecnologia avançada e aeronaves.
A mexida que o atual governo está tentando dar na economia já começa a colocar tudo por lá de “ponta cabeça”, com disparada de preços, falta de produtos e desemprego acelerado. Nada parece sensibilizar o presidente, que insiste em suas teorias econômicas e tenta angariar apoios colocando na cabeça da população que o país corre risco iminente de invasão. E ameaça anexar países, territórios como forma de proteção. Isto não vai terminar bem.
Na economia o país corre o sério risco de uma recessão, que alguns analistas asseguram ser inevitável a persistir a atual política, e na segurança interna e externa, de provocar rebeliões populares e até mesmo uma grande guerra.
Curiosamente, o que se escuta agora dos trumpistas brasileiros é o silêncio.