MAIO LARANJA

Polícia Civil prende 26 abusadores de crianças e adolescentes em Minas Gerais

Durante campanha, corporação intensificou repressão a crimes contra menores

Por Anderson Rocha
Atualizado em 30 de maio de 2025 | 17:55

Vinte e seis pessoas foram presas, e dois adolescentes acabaram apreendidos, durante o Maio Laranja, campanha realizada neste mês para combater o abuso e  exploração sexual de crianças e adolescentes. As ações foram realizadas em Belo Horizonte e nas cidades mineiras de Mário Campos, Coronel Fabriciano e Pompéu, informou balanço divulgado na tarde desta sexta-feira (30), pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG).

As informações foram dadas no Departamento Estadual de Investigação, Orientação e Proteção à Família (Defam), no bairro Barro Preto, na região Centro-Sul da capital. O delegado Diego Lopes, um dos responsáveis pelo trabalho, lembrou que 68% dos casos são cometidos por parentes das vítimas de estupro de vulnerável.

"Infelizmente é um tipo de conduta criminosa em que o agente é muito próximo. Assim, a busca por ajuda é muito difícil. Por isso, no mês de maio, a gente intensifica as nossas ações justamente para que possa conseguir levar essa informação e tentar contribuir na prevenção de um delito praticado às escondidas", afirmou.

Barreiro e Santa Amélia

Em um dos casos principais, um homem de 29 anos foi preso no Barreiro, no dia 8 deste mês, por suspeita de estupro de vulnerável praticado no meio virtual. A investigação apontou que o homem conheceu a vítima, de 13 anos, por um aplicativo e iniciou um relacionamento.

Durante as conversas, além de induzi-la a encaminhar diversas fotos e vídeos de natureza íntima, o investigado teria praticado sexo de forma virtual com a adolescente. O trabalho foi feito pela PCMG em apoio operacional à Polícia Civil de São Paulo.
 
Em outro caso, um homem de 71 anos foi preso no bairro Santa Amélia, na região da Pampulha, por ter abusado da filha quando ela era criança. Ele foi condenado por 23 anos e quatro meses de prisão.

Os fatos ocorreram quando a vítima, então com 8 anos, ia visitar o pai. No entanto, ela só conseguiu denunciar os abusos aos 17 anos.

Visitas tranquilizadoras 

Além das detenções, 74 medidas protetivas de crianças e adolescentes foram requeridas, cerca de cem procedimentos foram instaurados e 40 inquéritos foram concluídos. Também  aconteceram visitas tranquilizadoras, ação educativa em mídia digital e visitas a 25 escolas, para orientação de crianças e comunidade acadêmica.

"As visitas tranquilizadoras são relacionadas a casos mais graves. Dos 74 casos, em 20 a gente mandou equipe para verificar se o investigado estava cumprindo a determinação judicial de proteção à criança e/ou ao adolescente envolvido", completou Diego Lopes.

Campanha

Com o tema "A violência dá sinais", a campanha do Maio Laranja deste ano se dedicou a envolver a sociedade sobre o reconhecimento de indicativos de violência em crianças e adolescentes.

Entre os sinais que as vítimas podem apresentar, estão mudanças repentinas de comportamento, o que deve ser analisado por pais e responsáveis. Veja vídeo com orientações no início desta reportagem.