Pepê Gonçalves busca sua primeira medalha olímpica do Brasil na Canoagem Slalom

Pepê Gonçalves é um dos principais nomes da canoagem slalom do Brasil e chega aos Jogos de Paris-2024 com grandes expectativas. O brasileiro já treina na cidade-sede das Olimpíadas, que vão iniciar dia 26 de julho. Com uma trajetória marcada por dedicação e superação, o atleta busca sua primeira medalha olímpica e ainda terá a chance de se destacar na nova modalidade do caiaque-extremo.

“Estou feliz muito orgulhoso em representar as cores do meu país. Estou confiante em trazer minha tão sonhada medalha olímpica para o Brasil”,  afirmou Pepe, medalha de bronze no Campeonato Mundial de Canoagem Slalom Cross de Praga, em 2019.

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Pepê iniciou sua jornada na canoagem aos 10 anos por meio do projeto social “Navegar” no Rio Paranapanema, no interior de São Paulo, inicialmente, competindo na canoagem de velocidade. No entanto, encontrou no slalom verdadeira paixão, conquistou resultados expressivos , e que agora o leva a sua terceira Olimpíada, em busca da tão sonhada medalha.

Para Paris-2024, Pepê tem um trunfo a mais: a estreia do caiaque-extremo, uma nova modalidade olímpica na qual ele é um dos pioneiros. Desde a sua introdução no circuito internacional em 2016, o brasileiro tem se destacado na modalidade e foi um dos primeiros atletas a competir nela. Nas Olimpíadas, ele competirá tanto no K1 quanto no caiaque-extremo, buscando medalhas em ambas as provas. Sobre suas expectativas para a nova modalidade, ele afirmou:

“O caiaque-cross ou caiaque-extremo é uma categoria que acreditei. Desde 2015 eu faço competições dela. Inclusive, acho que na primeira Copa do Mundo  fui o primeiro medalhista de bronze”, relembra Pepê.

Vice-líder do ranking mundial, o brasileiro chega aos Jogos Olímpicos de Paris com excelentes resultados nas Copas do Mundo da Alemanha e da Polônia. Além disso, busca romper as fronteiras da canoagem slalom, um esporte 100% europeu, e garantir bons resultados para o Brasil  tanto no K1 quanto no caiaque-extremo.

“Aos poucos a gente está quebrando essa hegemonia europeia na canoagem slalom, é algo que foi muito sonhado, muito planejado. Em Tóquio 2020,  eu tive um falso positivo, mas dei a volta por cima e consegui competir em alto nível e cheguei às semifinais. Um detalhe ali me tirou da final. O que me difere dos europeus é o nosso sangue brasileiro, né? A gente ir pra cima, a gente lutar, brigar até o final, a gente tá acostumado a não estar na zona de conforto”, esclarece o brasileiro.

Pepê viajou para Paris, na última sexta-feira (5/7). Na França, o atleta da canoagem brasileira já realizou diversos treinos no Vaires-sur-Marne Water Sports Stadium, palco das provas de slalom e compartilhou sobre a sensação de competir no canal olímpico.

“Realizei vários treinos na pista olímpica e participei de competições também. A sensação é incrível. Daqui a alguns dias lá vai ser palco do maior evento da Terra. Com 12 mil pessoas na arquibancada. Todo dia que eu entro no treino, eu imagino aquela arquibancada lotada. Estou preparado.  Tenho feito um trabalho mental junto com a minha coach com a Nel Salgado desde 2018 para lidar com a pressão da melhor forma possível e conquistar bons resultado em competições.”

Sobre a sua preferência entre o slalom e o caiaque-extremo, Pepê foi claro:

“Eu gosto das duas, não tenho uma preferida. Na canoagem, eu gosto de sentir aquela corredeira. ando por baixo do meu barco. Eu gosto dessa sensação e eu sou abençoado por ter o privilégio de poder competir nessas duas categorias”, finaliza.

Conheça mais sobre a Canoagem Slalom

A Olimpíada de Paris começa no dia 26 de julho com sua abertura oficial e as provas de canoagem slalom começam no dia 27 de julho com a mineira Ana Sátila competindo no K1 feminino. Pepê Gonçalves estreia logo em seguida, pelo K1 masculino, de 30 de julho a 1º de agosto. A modalidade de caiaque-extremo, estreante no programa olímpico, terá competições de 2 a 5 de agosto, tanto no feminino quanto no masculino.

Em Paris, Pepê vai competir com nomes como Joseph Clark (Inglaterra), Giovani De Gennaro (Itália), Titouan Castryck (França) e Jiri Prskavec (República Checa) são os rivais considerados mais fortes por um lugar no pódio. Na canoagem cross, Clark, Boris Neveu (França) e Martin Dougoud (Suíça) serão seus principais adversários na briga por medalhas.

A canoagem slalom é um esporte tradicionalmente europeu, com uma história que remonta a sua estreia nos Jogos Olímpicos de Munique de 1972. Após uma exclusão entre 1976 e 1988, a modalidade retornou em Barcelona 1992 e permanece até hoje. O slalom envolve a remada em canoa ou caiaque por um percurso de cerca de 350 metros em corredeiras, com portas verdes e vermelhas desafiando os atletas a manterem a melhor técnica e o menor tempo possível.

O caiaque-extremo, por sua vez, é uma versão mais radical do slalom, com quatro barcos competindo simultaneamente em um percurso cheio de desafios. A modalidade valoriza a agilidade e a estratégia em grupo, oferecendo uma competição intensa e emocionante.