INQUÉRITO

'Denúncia ilógica e fantasiosa', diz defesa de Braga Netto sobre tentativa de golpe

Advogados negam participação do general no suposto plano golpista e alegam que não tiveram o total às provas

Por Ana Paula Ramos
Publicado em 07 de março de 2025 | 20:50

BRASÍLIA – Na defesas prévia encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta sexta-feira (6), os advogados do general Walter Braga Netto afirmaram que não há provas da participação dele em planos sobre o "imaginado atentado à democracia". Segundo eles, a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no inquérito sobre a suposta trama golpista é "ilógica" e "fantasiosa". A defesa alegou também que não teve o amplo e total às provas.

Entre os planos descritos na denúncia, a defesa diz que Braga 
Netto é acusado pela PGR de envolvimento em apenas um desses planos, o “Copa 2022”.

"Justamente o mais controverso e o único que a acusação não apresentou documentação, sequer um print parcial, muito embora supostamente tenha sido impresso pelo delator Mauro Cid", diz trecho do documento.

Conforme a denúncia da PGR, a execução do plano “Copa 2022” envolveria “o uso de pistolas, fuzis, metralhadora, lança granada e lançador de foguetes antitanque” e Braga Netto seria o único financiador, por meio da entrega de cem mil reais em uma sacola.

"A única prova dessa suposta entrega de dinheiro é a palavra do delator Mauro Cid, o mesmo que relatou ser vítima de coação da Polícia Federal (“Eles não queriam saber a verdade, eles queriam só que eu confirmasse a narrativa deles”)", cita outro trecho.

Próximos os

Agora, Moraes vai avaliar se o documento será encaminhado para manifestação da PGR. Em seguida, a Primeira Turma do STF vai decidir se aceita ou não a denúncia. Se a maioria dos cinco ministros integrantes aceitar o caso, Bolsonaro se torna réu.

No total, são 34 denunciados pela PGR, entre eles, Jair Bolsonaro e Braga Netto, que são apontados como líderes da suposta organização criminosa que planejou impedir a posse do presidente Lula em 2023.  

“A organização tinha por líderes o próprio presidente da República [Jair Bolsonaro] e seu candidato a vice-presidente, o general Braga Neto. Ambos aceitaram, estimularam e realizaram atos tipificados na legislação penal”, afirma o procurador-geral da República, Paulo Gonet.

“O que se pedia, diga-se, nada mais era do que um golpe militar, que propiciasse que os resultados das urnas fossem elididos por meio de insubmissão às regras democráticas de transição de poder”, cita, avaliando que Bolsonaro não pretendia deixar a presidência da República após a derrota para Lula. “Se para a organização criminosa perder o poder era inissível, mais ainda o era perder especificamente para o candidato que se sagrou vencedor”, acrescenta.

Eles são acusados de cometer os seguintes crimes:

  • Tentativa de abolição violenta do Estado democrático de direito;
    Tentativa de golpe de Estado;
    Organização criminosa;
    Dano qualificado pela violência e grave ameaça;
    Deterioração de patrimônio tombado.