GOLPE DE ESTADO

STF marca julgamento de mais um núcleo do inquérito do golpe; veja quem faz parte de cada grupo

Nesta etapa, o Supremo Tribunal Federal (STF) analisa se aceita a denúncia da Procuradoria-Geral da República e torna réus os acusados de golpe de Estado

Por Hermano Chiodi
Atualizado em 26 de março de 2025 | 17:29

BRASÍLIA - O Supremo Tribunal Federal (STF) marcou, para os dias 6 e 7 de maio, o julgamento do núcleo responsável por criar e disseminar notícias falsas sobre a Justiça Eleitoral. Seis pessoas foram denunciadas pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet Branco, por participar de uma suposta tentativa de golpe de Estado feita para favorecer o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliados.

A data do julgamento para decidir se o STF aceita ou não a denúncia da PGR foi definida pelo presidente da Primeira Turma, ministro Cristiano Zanin. Também integram o colegiado, os ministros Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Flávio Dino e Luiz Fux. Se a maioria entender que a denúncia da PGR reúne indícios de que crimes foram cometidos, será aberta uma ação penal e os acusados viram réus.

São apontados como membros desse núcleo:

  • Ailton Gonçalves Moraes Barros, capitão reformado;
  • Ângelo Martins Denicoli, major da reserva do Exército;
  • Carlos César Moretzsohn Rocha, engenheiro e presidente do Instituto Voto Legal;
  • Giancarlo Gomes Rodrigues, subtenente do Exército;
  • Guilherme Marques de Almeida, tenente-coronel do Exército;
  • Marcelo Araújo Bormevet, policial federal e ex-membro da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

Ao todo, 34 pessoas foram denunciadas pelos crimes de organização criminosa armada, abolição violenta do Estado democrático de direito, golpe de Estado, dano qualificado ao patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado. A PGR dividiu os denunciados em cinco núcleos de atuação. 

O grupo de denunciados pela produção e difusão de notícias falsas é o quarto núcleo de envolvidos no inquérito do golpe.

Nesta quarta-feira (26), o STF decidiu tornar réus os oito acusados que compunham o núcleo crucial; são eles:

  • Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
  • Alexandre Ramagem, deputado federal (PL-RJ) e ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN);  
  • Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha;  
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;  
  • Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);  
  • Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;  
  • Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;  
  • Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa;

O julgamento da denúncia contra o Núcleo 2 acontecerá no dia 29 de abril. Esse grupo reúne os responsáveis por elaborar um suposto plano de tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022; são eles:

  • Silvinei Vasques, ex-chefe da Polícia Rodoviária Federal (PRF);
  • Mario Fernandes, general da reserva e ex-comandante das Forças Especiais do Exército;
  • Marília Ferreira Alencar, ex-chefe da inteligência do Ministério da Justiça;
  • Fernando de Sousa Oliveira, ex-diretor de operações do Ministério da Justiça;
  • Marcelo Costa Câmara, coronel do Exército e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
  • Filipe Martins, ex-assessor para Assuntos Internacionais da Presidência;

O núcleo 3, formado por militares, também teve o julgamento agendado para os dias 8 e 9 de abril.

Segundo a PF, esse grupo era responsável por “ações coercitivas”. Participavam dele, agentes e policiais que se alinharam à suposta trama golpista e construíram o “Punhal Verde e Amarelo”, plano para ass o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes. Segundo a investigação, faziam parte desse grupo:

  • Cleverson Ney Magalhães, coronel do Exército e ex-oficial do Comando de Operações Terrestres;
  • Estevam Gaspar de Oliveira, ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército;
  • Fabrício Moreira de Bastos, coronel do Exército, era adido em Israel;
  • Hélio Ferreira Lima, tenente-coronel do Exército;
  • Marcio Nunes Resende Júnior;
  • Nilson Diniz Rodriguez, general;
  • Rafael Martins de Oliveira, major, integrante dos 'kids pretos', grupo das Forças Especiais do Exército;
  • Rodrigo Bezerra de Azevedo;
  • Ronald Ferreira de Araújo Júnior, oficial do Exército;
  • Sérgio Cavaliere de Medeiros, tenente-coronel;
  • Wladimir Matos Soares.

O quinto e último núcleo compreende somente uma figura, e o Supremo Tribunal Federal não marcou data de julgamento. Trata-se de Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho, neto de João Figueiredo, presidente durante a Ditadura Militar. Ele atuou para propagar desinformação golpista, segundo o inquérito da PF.