27 DE FEVEREIRO

Dino ainda vê falta de transparência em emendas e marca nova audiência com governo e Congresso

Ministro do STF afirma que ainda não há clareza no processo de destinação de recursos bilionários do orçamento da União

Por Hédio Ferreira Júnior
Publicado em 04 de fevereiro de 2025 | 16:06

BRASÍLIA - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino convocou nesta terça-feira (4) uma nova audiência de conciliação com representantes do governo federal e do Congresso Nacional para tratar a falta de transparência e rastreabilidade na destinação de emendas parlamentares.

Presidido pelo magistrado, o encontro deve ocorrer em 27 de fevereiro no anexo do Palácio do STF e tem o objetivo de avaliar o cumprimento das decisões da Corte sobre a fiscalização das transferências desses recursos.

A medida foi tomada após a constatação de descumprimento parcial da decisão que exigia maior clareza na destinação e controle das emendas de relator (RP 9) e de comissão (RP 8).

No despacho, Dino ressaltou que, apesar de melhorias, ainda falta transparência na execução das emendas, que em 2024 representaram R$ 52 bilhões do Orçamento da União. Ele reforçou a necessidade de disponibilização dos dados no Portal da Transparência e da identificação dos responsáveis pelas indicações, além de evitar práticas irregulares, como o “fatiamento” de recursos em emendas de comissão.

O que deve ser tratado na audiência

Na audiência, serão discutidos a transparência das emendas, a adequação das emendas da Saúde ao planejamento do SUS, a regulamentação das “emendas Pix” (RP 6) e a fiscalização de irregularidades. Foram convocados a participar representantes dos Três Poderes, incluindo a AGU, PGR, CGU e TCU.

Dino também criticou o modelo de presidencialismo de coalizão, que, segundo ele, resulta em uso ineficiente dos recursos públicos. Ele defendeu o respeito à separação dos Poderes e a autonomia do Legislativo dentro dos limites constitucionais.

Os órgãos envolvidos terão até a data da audiência para responder a questões sobre a transparência e apresentar planos para garantir a utilização eficiente e conforme as regras fiscais dos recursos.