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Moraes manda intimar ex-comandante do Planalto após ausência em depoimento sobre tentativa de golpe
General Gustavo Dutra, citado por Anderson Torres, deverá falar sobre acampamento em frente ao QG do Exército; ele faltou quando convidado pela defesa
BRASÍLIA – O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a intimação formal do general Gustavo Henrique Dutra de Menezes, ex-comandante militar do Planalto.
Com isso, ele deverá comparecer ao depoimento como testemunha de defesa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres na ação penal que investiga a tentativa de golpe após as eleições de 2022.
A decisão foi tomada após o general faltar, sem justificativa, ao depoimento que estava agendado para essa quarta-feira (28).
Moraes reagiu ordenando que Dutra compareça obrigatoriamente à oitiva remarcada para a próxima segunda-feira (2), sob risco de sanções legais em caso de nova ausência.
Segundo o advogado Raphael Menezes, a defesa tentou, sem sucesso, convencer o general a comparecer espontaneamente, o que motivou o pedido formal de intimação ao Supremo. Embora tenha questionado a pertinência do depoimento, Moraes autorizou a convocação após os esclarecimentos da defesa.
Sobre os acampamentos
A principal expectativa é que Dutra detalhe sua percepção e eventual atuação diante do acampamento montado por manifestantes em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília, entre o fim de 2022 e o início de 2023 – epicentro das mobilizações que resultaram nos ataques às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro.
Dutra ocupava a chefia do Comando Militar do Planalto à época dos acontecimentos. A estrutura do Exército é responsável por operações no Distrito Federal, Goiás, parte de Minas Gerais e do Tocantins, e teve papel estratégico nos eventos investigados pela Procuradoria-Geral da República como parte de uma tentativa de ruptura democrática.
A ação penal em questão envolve Anderson Torres e outros aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, suspeitos de integrar um núcleo central de articulação golpista para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva, eleito em 2022. O depoimento de Dutra é visto como peça-chave para avaliar o nível de omissão ou eventual conivência militar com os atos que buscavam reverter o resultado das eleições daquele ano.