ASSASSINATO

Polícia prende suspeito de liderar ataque a assentamento do MST em São Paulo

Motivação teria sido um desentendimento sobre a negociação de um terreno na área, segundo a Secretaria de Segurança Pública

Por Levy Guimarães
Publicado em 11 de janeiro de 2025 | 21:01

BRASÍLIA - A Polícia Civil de São Paulo prendeu, neste sábado (11), um dos suspeitos de ter comandado o ataque a tiros a um assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em Tremembé (SP), ocorrido na noite de sexta-feira (10). Dois homens, de 28 e 52 anos, foram mortos e outras seis pessoas foram feridas.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, o detido é conhecido como “Nero do Piseiro” e é apontado como o mentor intelectual do crime. Ele já tinha agem pela polícia por porte ilegal de arma de fogo e foi reconhecido por testemunhas que viram os criminosos chegando ao local em carros e motos. Momentos depois, eles atiraram.

Um outro homem, que teria ido socorrer as vítimas, foi abordado no local e autuado em flagrante por porte ilegal de arma. O caso foi registrado como homicídio, tentativa de homicídio e porte ilegal de arma de fogo de uso permitido.

O caso foi registrado na Delegacia Seccional de Taubauté (SP) e está a cargo da Delegacia Especializada de Investigações Criminais (Deic) do município. A pedido do Ministério da Justiça e Segurança Pública, a Polícia Federal (PF) abriu uma investigação sobre os fatos.

Segundo relatos de integrantes do MST, pessoas armadas invadiram o assentamento Olga Benário por volta das 23h de sexta-feira em carros e motos e aram a atirar na direção dos moradores, inclusive crianças e idosos. Oito pessoas foram atingidas pelos tiros e duas que não resistiram aos ferimentos. Dois dos feridos estão em estado grave.

Neste sábado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) telefonou para a direção do MST e se solidarizou com o episódio. Ele prometeu, “assim que puder”, viajar de avião para o assentamento Olga Benário, local do crime. O presidente também mobilizou os ministros Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) e Macaé Evaristo (Direitos Humanos e Cidadania) para se deslocarem ao local.