BRASÍLIA - A Polícia Federal (PF) enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quinta-feira (12), o relatório com a investigação preliminar das acusações de assédio sexual contra o ex-ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida.
Agora, o STF vai avaliar qual a instância responsável por cuidar do caso. Como era ministro de Estado, Almeida tinha foro privilegiado e seria julgado pela Corte. Agora, com a sua demissão na última sexta-feira (6), o processo pode ser enviado para a primeira instância.
O caso está sob sigilo na Justiça. As denúncias contra Silvio Almeida foram reveladas na última quinta-feira (5) pelo portal Metrópoles e confirmadas pela organização Me Too Brasil, que compilou os registros. O ex-ministro nega as denúncias e se diz inocente.
Na última terça-feira, a PF ouviu uma mulher que diz ter sido vítima de assédio sexual de Silvio Almeida, como parte da apuração preliminar.
Uma das vítimas teria sido a ministra da Igualdade Racial do governo Luiz Inácio Lula da Silva, Anielle Franco. Após a demissão de Silvio, ela fez uma postagem nas redes sociais e afirmou que “não é aceitável relativizar ou diminuir episódios de violência” e criticou a tentativa de “culpabilizar a vítima”. “Peço que respeitem meu espaço e meu direito à privacidade. Contribuirei com as apurações, sempre que acionada”, diz o texto.
Já o ex-diretor do Ministério dos Direitos Humanos, o sociólogo Leonardo Pinho, disse que pediu demissão do órgão após ter sido vítima de uma série de episódios de assédio moral por parte do então ministro.