Em coletiva

'Parece que teve a conivência com alguém do sistema', diz Lula sobre fuga no RN

As declarações do presidente foram dadas na Etiópia, onde cumpriu compromissos oficiais nos últimos dias

Por O Tempo Brasília
Publicado em 18 de fevereiro de 2024 | 09:41

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) falou, neste domingo (18), sobre a fuga de dois detentos em Mossoró (RN) e afirmou que “parece que teve a conivência com alguém do sistema lá dentro”. O petista destacou ainda que a expectativa é a de que as apurações revelem, nesta segunda-feira (19) ou na terça-feira (20), o que ocorreu de fato.  

As declarações do presidente foram dadas em coletiva de imprensa na Etiópia, onde Lula cumpriu agendas oficiais nos últimos dias. O petista fez os comentários sobre a fuga, mas destacou que não poderia “acusar ninguém”. “Parece que teve a conivência com alguém do sistema lá dentro. Como eu não posso acusar ninguém, eu sou obrigado a acreditar que uma investigação que está sendo feita pela polícia local, pela Polícia Federal, nos indique, amanhã ou depois de amanhã, o que aconteceu no presídio de Mossoró”, avaliou. 

Os fugitivos são Rogério da Silva Mendonça, de 36 anos, e Deibson Cabral Nascimento, 34 anos. Eles são conhecidos como “Tatu” e “Deisinho” e são ligados ao Comando Vermelho, facção de Fernandinho Beira-Mar. Os dois estavam na penitenciária de Mossoró (RN) desde setembro de 2023 depois de terem sido transferidos. O motivo da mudança foi porque ambos se envolveram em uma rebelião no presídio de segurança máxima Antônio Amaro, em Rio Branco.

Em função das investigações e das ações para recapturar os detentos, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, desembarcou neste domingo na cidade. De acordo com a pasta, o ministro tem como objetivo se reunir com os chefes das equipes que estão à frente das buscas. Os compromissos no Rio Grande do Norte serão acompanhados pelo titular da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), André Garcia, que está na cidade desde o ocorrido.

Na quinta-feira (15), Lewandowski anunciou uma série de novas medidas destinadas a fortalecer a segurança nos presídios federais. Entre elas, a solicitação de nomeação de 80 policiais penais federais aprovados em concursos públicos. Ele também citou que existem planos de modernizar, a curto prazo, o sistema de videomonitoramento dos cinco presídios federais localizados em Catanduvas (PR), Brasília (DF), Porto Velho (RO), Campo Grande (MS) e Mossoró (RN).

Desde o episódio, Lewandowski determinou algumas medidas, como o afastamento da atual direção da penitenciária. Ele também nomeou o ex-diretor da Penitenciária Federal de Catanduvas (PR) Carlos Luis Vieira Pires para liderar a unidade e determinou a revisão dos protocolos de segurança em todas as cinco penitenciárias federais. Essa foi a primeira fuga na história do sistema penitenciário federal.