Em meio ao imbróglio na relação entre Brasil e Argentina após a vitória do ultradireitista Javier Milei, o ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, é quem vai representar o governo brasileiro na posse do político no próximo domingo (10), em Buenos Aires.

Dessa forma, nem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nem o vice, Geraldo Alckmin (PSB), irão à posse de Javier Milei. Na avaliação de fontes do Palácio do Planalto, a agenda internacional a Buenos Aires ficou inviável após o argentino ter convidado o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro (PL) para a posse.

Além disso, o político argentino proferiu duros ataques a Lula ainda na corrida eleitoral. Oficialmente, o governo federal trata o assunto como incompatibilidade de agendas, uma vez que o petista estaria muito cansado após uma série de viagens internacionais.

Lula chega ao Brasil na noite desta terça-feira (5) após um giro internacional pela Alemanha, ando pelos Emirados Árabes Unidos, onde participou da COP 28, na Arábia Saudita e no Qatar. Já na quarta-feira (6) e quinta-feira (7) desta semana, o petista estará no Rio de Janeiro para uma agenda do Mercosul. A posse de Milei é no próximo domingo. 

Assim que ganhou as eleições na Argentina, Javier Milei baixou o tom de críticas ao Brasil, que é o maior parceiro comercial do país na América do Sul. Na sequência, diplomatas argentinos fizeram uma romaria em Brasília para evitar a destruição de pontes na relação bilateral.

Em uma dessas agendas, Mauro Vieira recebeu a carta com convite oficial de Milei endereçada ao presidente Lula.  O petista, inclusive, já disse que a América do Sul “terá problemas” com o político. Milei defende ideias radicais, entre elas a saída da Argentina do Mercosul e o fechamento do Banco Central.