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Governadores que miram o Planalto em 2026 e vaias a Lula dão tom político à Marcha dos Prefeitos
O evento começou nesta terça-feira (20), em Brasília, e conta com mais de 14 mil políticos municipais, entre prefeitos, vereadores e secretários
BRASÍLIA - Com uma plateia de mais de 14 mil políticos muncipais, a Marcha dos Prefeitos - organizada pela Confederação Nacional dos Municípios - foi aberta nesta terça-feira (20), em Brasília, marcada por um tom político que antecede a disputa eleitoral de 2026. Quatro governadores subiram ao palco e três deles já são dados como pré-candidatos à Presidência da República.
Um deles é Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás, que já oficializou sua intenção de concorrer ao Palácio do Planalto. Os outros são Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, e Eduardo Leite (PSD), do Rio Grande do Sul. Também assumiu o microfone no evento a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSD), que deve tentar a reeleição.
As vaias disparadas contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) - divididas com aplausos em um momento - também remontaram à polarização política vivida nas últimas eleições gerais e que deve bater à porta novamente em 2026.
Pelo menos em três ocasiões no evento, Lula foi vaiado pelo grupo composto por prefeitos, vice-prefeitos, vereadores e secretários municipais. Uma delas foi ao fim de seu discurso, ocasião em que o presidente disse, ao comentar sobre o Minha Casa, Minha Vida, que entregaria casas populares “independente do partido” dos munícipes. “Independente se vocês gostam do presidente da República. Isso não está em jogo”, frisou.
Antes, Caiado usou o microfone para dizer que foi “o único governador que reagiu contra a reforma tributária” e questionou “onde está a autonomia” na criação de um comitê gestor para centralizar a coordenação de parte da arrecadação tributária. Caiado também criticou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) apresentada pelo governo Lula ao Congresso Nacional para ampliar a influência da União em decisões estaduais sobre segurança.
Pré-candidato oficial ao Planalto desde o início de abril e na tentativa de angariar os votos da direita, Caiado afirmou que não se governa um país “apenas chegando à Presidência da República”. De acordo com ele, quem “chegar lá tem autoridade moral e independência intelectual para fazer as reformas que precisam ser feitas no país”.
Aos prefeitos e vereadores, Zema falou sobre seu governo, mas não em tom eleitoral. Depois, em uma entrevista à imprensa ainda na Marcha, afirmou que estará em um movimento da direita e que o país “precisa de governo que tenha um norte”. Segundo ele, “a esquerda deu errado no mundo todo”.
“Lá em Minas nós já provamos que funciona um governo que combate a corrupção, um governo sério. E se funcionou em um Estado como Minas Gerais, pode funcionar também em um país como o Brasil”, disse. No segundo mandato em Minas Gerais, o governador terá que escolher outro cargo se decidir voltar às urnas no próximo ano, e o de presidente tem sido apontado a ele.
Leite, que deixou o PSDB no início deste mês para entrar no PSD com anseio eleitoral, aproveitou o discurso no evento para relembrar seu currículo na política e citar críticas que recebe de integrantes do governo federal.
“Eu às vezes sou até criticado aqui em Brasília porque sou um governador que demanda demais. Já ouvi dizerem ‘o governador nunca está satisfeito, está sempre pedindo mais’. E eu digo que é estranho receber essa crítica por parte de membros do governo federal na medida em que eu não reclamo dos prefeitos que demandam”, destacou.