BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebe, a partir das 10h desta quarta-feira (20), o presidente da China, Xi Jinping. A recepção acontece no Palácio da Alvorada, a residência oficial em Brasília, onde os dois devem permanecer em agenda até a parte da tarde. No local, haverá um almoço oferecido ao chinês. 

A visita de Estado será encerrada à noite, durante um jantar no Palácio Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores. 

Xi Jinping desembarcou em Brasília na tarde de terça-feira (19), depois de participar da Cúpula de Líderes do G20. O evento, realizado no Rio de Janeiro, começou na segunda-feira (18) e reuniu líderes das maiores economias do mundo. Ao longo do dia, ainda estão previstas reuniões e uma declaração conjunta e a de acordos bilaterais.  

Normalmente, visitas de Estado acontecem no Palácio do Planalto, a sede istrativa do governo federal. A agenda ao longo do dia, no entanto, foi transferida para o Palácio da Alvorada porque o local possibilita um isolamento maior em relação à segurança - especialmente após as explosões em Brasília em 13 de novembro

O presidente chinês está hospedado em um hotel que fica bem próximo ao Alvorada e que também teve que se adequar a um rigoroso esquema de segurança. 

O governo brasileiro quer ampliar o comércio entre os dois países e diversificar a balança comercial com produtos brasileiros de maior valor agregado, ando a levar para a China uvas frescas, sorgo, gergelim e farinha de peixe. 

Atualmente, a China é o principal parceiro comercial do Brasil, com US$ 136,3 bilhões em intercâmbio entre janeiro e outubro deste ano. Desse valor, US$ 83,4 bilhões são de exportações brasileiras, como soja, óleos brutos de petróleo e minério de ferro e seus concentrados. 

O restante - US$ 52,9 bilhões - é de importações. O maior interesse do Brasil é em válvulas e tubos termiônicos, veículos automotores e equipamentos de telecomunicações. 

Outros interesses entre os dois países giram em torno de áreas como energias renováveis, indústria automotiva, linhas de crédito verde, saúde, infraestrutura e meio ambiente, além de tecnologia da informação. O Brasil quer a presença da China em na ampliação de internet via satélite em locais onde a infraestrutura de fibra óptica não supre a demanda, como em áreas rurais. 

A guerra entre a Rússia e a Ucrânia também deve estar em pauta entre Lula e Xi Jinping. O Brasil e a China têm uma proposta de resolução política, construída de forma conjunta, para estabelecer a paz entre os dois países em conflito. 

Antes da chegada do presidente chinês, o embaixador Eduardo Saboia, secretário de Ásia e Pacífico do Ministério das Relações Exteriores, afirmou que a proposta é um dos exemplos recentes da convergência de visões entre Brasil e China em relação à geopolítica internacional.