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Plano para matar Lula não ocorreu por detalhe, diz Paulo Pimenta
Ministros do governo Lula pedem punição rigorosa a militares: ‘coisa de bandido, delinquente’
RIO DE JANEIRO - Ministros do governo Luiz Inácio Lula da Silva pediram punições rigorosas aos militares envolvidos no plano para matar o presidente Lula e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), revelado pela Polícia Federal (PF) nesta terça-feira (19).
Para o ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência, Paulo Pimenta, a revelação enfraquece ainda mais os pedidos de anistia às pessoas que participaram dos atos de 8 de janeiro de 2023, na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Segundo ele, Lula só não sofreu um atentado “por um detalhe”.
“Isso acaba colocando por terra qualquer discurso de que as pessoas estavam no dia 8 de janeiro de forma democrática. O que teve foi uma tentativa de golpe de Estado com a participação de pessoas diretamente ligadas ao presidente. [...] Tudo isso só não ocorreu por detalhe”, afirmou, em coletiva às margens do G20, no Rio de Janeiro.
Também no Rio, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, classificou como “bandidos” os que teriam elaborado o plano para ass Lula, Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Planejar o assassinato de um presidente eleito, um vice-presidente e um ministro da Suprema Corte é coisa de bandido, de gangster, de máfia, e tem que ser tratado como tal, com o rigor da lei e da nossa legislação. Para que nunca mais esses delinquentes, esses bandidos possam atentar contra a democracia brasileira”, disse.
Entenda
A operação deflagrada nesta terça-feira pela PF foi chamada de Contragolpe. Agentes descobriram o planejamento de um golpe de Estado e plano de assassinato de autoridades.
Foram presos de forma preventiva quatro militares do Exército com formação em Forças Especiais. Conhecidos como “kids pretos”, eles são treinados para operações sigilosas e que exigem alto desempenho.
Foram presos preventivamente os seguintes integrantes dos “kids pretos”:
- Mário Fernandes
General reformado, foi assessor do deputado federal Eduardo Pazuello (PL-RJ) e ministro interino da Secretaria-Geral da Presidência da República no governo de Jair Bolsonaro. Após deixar o governo, assumiu, entre 2023 e o início de 2024, um cargo na liderança do PL na Câmara dos Deputados, lotado como assessor de Pazuello, com um salário de R$ 15,6 mil.
Foi desligado da função em 4 de março deste ano, após o ministro Alexandre de Moraes determinar seu afastamento das funções públicas. Quando foi chamado a depor pela PF em 22 de fevereiro de 2024, Mário Fernandes, contudo, optou por ficar em silêncio, alegando não ter tido o ao inteiro teor dos conteúdos da investigação e, em especial, à delação do tenente-coronel Mauro Cid.
- Hélio Ferreira Lima
Ex-comandante da 3ª Companhia de Forças Especiais em Manaus, foi destituído de sua posição em fevereiro de 2024, durante investigações sobre planos antidemocráticos. Quando convocado a depor à PF sobre sua suposta ligação com o golpe de Estado, optou por permanecer em silêncio. Com formação em Operações Especiais, integra o grupo de elite do Exército conhecido como "kids pretos".
- Rafael Martins de Oliveira
Major das Forças Especiais, é acusado de negociar com Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, o financiamento de R$ 100 mil para levar manifestantes a Brasília, como parte de um suposto plano de golpe de Estado. Em mensagens de novembro de 2022, ele discutiu custos de logística com Cid, incluindo hospedagem e alimentação para grupos vindos do Rio de Janeiro.
Rafael foi preso pela PF em fevereiro de 2024 durante investigações sobre sua participação na organização de movimentos antidemocráticos. Ele havia sido solto e usava tornozeleira eletrônica.
- Rodrigo Bezerra de Azevedo
Considerado um militar altamente qualificado, é doutorando em ciências militares pela Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (Eceme) e tem especialização em operações de guerra não convencional. Formado pela Academia Militar das Agulhas Negras (Aman) em 2003, serviu como instrutor no Western Hemisphere Institute for Security Cooperation, nos EUA.
O militar participou de missões no exterior, como na Costa do Marfim. Comandou a Companhia de Comando do Comando Militar da Amazônia e tem expertise acadêmica em terrorismo e relações internacionais. Ele também integra o grupo "kids pretos".
O quinto alvo da operação é o policial federal Wladimir Matos Soares. “As investigações apontam que a organização criminosa se utilizou de elevado nível de conhecimento técnico-militar para planejar, coordenar e executar ações ilícitas nos meses de novembro e dezembro de 2022. Os investigados são, em sua maioria, militares com formação em Forças Especiais (FE)”, disse a PF.