Lula fez sua primeira aparição pública após acidente que causou corte na nuca 

BRASÍLIA - Durante cerimônia de do acordo de repactuação pelo rompimento da barragem de Fundão em Mariana (MG), nesta sexta-feira (25), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez sua primeira aparição pública após o acidente doméstico sofrido no último sábado (19). O petista caiu no banheiro no Palácio da Alvorada, bateu a região da nuca em uma quina e precisou levar cinco pontos. Os exames detectaram também uma pequena hemorragia cerebral. 

O presidente repetiu nesta manhã uma série de exames no Hospital Sírio-Libanês, em Brasília, parte do protocolo definido pela equipe médica que atendeu o presidente. 

"O exame está estável em relação aos anteriores. Está apto para exercer sua rotina de trabalho em Brasília. Uma nova avaliação ocorrerá em cinco dias. Ele permanece sob acompanhamento da equipe médica, sob os cuidados do Prof. Dr. Roberto Kalil Filho e da Dra. Ana Helena Germoglio", diz o boletim. 

Por orientação médica, Lula desistiu de participar do último ato de campanha de Guilherme Boulos, candidato do Psol que concorre à prefeitura de São Paulo neste segundo turno das eleições municipais. Ele também não irá a São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, para votar no próximo domingo (27).  O acidente ainda obrigou Lula a cancelar a participação na Cupula do Brics, em Kazan, na Rússia. 

Na cerimônia desta sexta-feira, Lula discursou sobre a repactuação firmada e dirigiu críticas às mineradoras que operam no país. O presidente afirmou que espera que o acordo de R$ 170 bilhões sirva de lição sobre a tragédia. Ele também criticou a Fundação Renova e afirmou que ninguém sabe que fim levaram os R$ 38 bilhões que BHP, Samarco e Vale dizem ter gasto com as ações de reparação. 

"Cada centavo que for utilizado em investimento será para reparar a desgraça que a irresponsabilidade de uma empresa causou. Nós estamos fazendo um reparo de uma desgraça que poderia ter sido evitada e não foi por irresponsabilidade e por ganância", disparou Lula.