CORTE NA CABEÇA

Lula sofre acidente doméstico e cancela viagem para o encontro do Brics

Presidente, que embarcaria hoje para a Rússia, levou pontos na cabeça e vai participar do evento por videoconferência

Por Levy Guimarães
Atualizado em 20 de outubro de 2024 | 17:21

BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cancelou a viagem que faria neste domingo (20) para Kazan, na Rússia, onde participaria da 16ª Cúpula do Brics. O motivo foi um acidente doméstico sofrido em Brasília.

Ele deu entrada no Hospital Sírio-Libanês da capital federal, no sábado (19), com um ferimento na cabeça, de acordo com o boletim médico divulgado pela unidade.

“O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu entrada no Hospital Sírio-Libanês - unidade Brasília, em 19/10/2024, após acidente doméstico, com ferimento corto-contuso em região occipital”, diz o documento assinado pelo diretor de governança clínica, Rafael Gadia.

Com isso, os médicos recomendaram que o presidente permanecesse em Brasília nos próximos dias e que, principalmente, evitasse viagens longas.

"Após avaliação da equipe médica, foi orientado evitar viagem aérea de longa distância, podendo exercer suas demais atividades. Permanece sob acompanhamento de equipe médica, aos cuidados do Prof. Dr Roberto Kalil Filho e Dra Ana Helena Germoglio".

O Palácio do Planalto também divulgou uma nota, confirmando que o presidente desistiu de fazer a viagem à Rússia por recomendação médica. Ele vai participar do encontro do Brics de forma remota.

“O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por orientação médica, não viajará para a Cúpula dos Brics, em Kazan, devido a um impedimento temporário para viagens de avião de longa duração. O presidente irá participar da Cúpula dos Brics por meio de videoconferência e terá agenda de trabalho normal essa semana em Brasília, no Palácio do Planalto”.

Encontro do Brics

Originalmente formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, o Brics se expandiu no ano ado e aprovou os ingressos de Arábia Saudita, Egito, Irã, Etiópia e Emirados Árabes. A Argentina também faria parte, mas ao tomar posse, o presidente argentino, Javier Milei, recusou o convite.

O evento vai ter como anfitrião o presidente russo Vladimir Putin, que desde a guerra da Ucrânia, iniciada em 2022, se tornou um “pária” para a maioria dos países ocidentais. Este vai ser o primeiro encontro presencial de Lula com ele no atual mandato do brasileiro.

Nos últimos anos, o Brics vem tentando avançar em agendas para fazer frente a outras potências econômicas, como os Estados Unidos. Ao mesmo tempo, busca crescer colocando em segundo plano disputas internas. China e Índia, as duas maiores populações do mundo e duas das maiores economias globais, buscam se tornar superpotências que rivalizem com os americanos.

Além disso, há uma extensa lista de países que já pediram formalmente para serem incorporados ao Brics. Entre eles, Cuba, Venezuela, Vietnã, Egito e Indonésia. Um possível ingresso da Venezuela é vista como uma saia-justa para Lula, que tem tido rusgas com o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, após um processo eleitoral que carece de transparência no país vizinho.

Em 2025, o Brasil irá assumir a presidência rotativa do Brics. A expectativa, portanto, é que o próximo encontro entre os líderes do bloco aconteça no país.