Congresso

Quem é Caroline de Toni, nova presidente da CCJ que avalia anistia a Bolsonaro

A eleição da deputada, que se autodeclara discípula de Olavo de Carvalho e se posiciona contra cotas femininas e raciais, foi percebida como um revés para o governo de Luiz Inácio Lula da Silva

Por O TEMPO Brasília
Publicado em 10 de março de 2024 | 10:36

Na quarta-feira (6), a deputada federal Caroline de Toni (PL-SC) foi eleita como a nova presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados. Ela liderará este importante colegiado ao longo do ano, responsável por examinar os principais projetos e propostas legislativas, muitos dos quais de interesse do Palácio do Planalto.

A escolha de De Toni, indicada pelo PL após acordo entre as lideranças, foi vista como um revés para o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Seu nome enfrentou forte resistência dos governistas devido à sua posição alinhada ao bolsonarismo.

A deputada é conhecida por suas posições alinhadas ao bolsonarismo, sendo contrária à obrigatoriedade das vacinas, à descriminalização das drogas, ao aborto e às cotas raciais e femininas.

Em uma entrevista recente à Folha de São Paulo, afirmou que "se enxergar" a oportunidade de anistiar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), irá abraçá-la "com certeza". Ela sugeriu que a CCJ poderia discutir a anistia aos condenados pelos atos violentos do 8 de Janeiro de 2023, incluindo o nome de Bolsonaro nessa discussão.

Formada em Direito e discípula de Olavo de Carvalho

Com 37 anos e natural de Chapecó, Santa Catarina, Caroline de Toni é advogada formada pela Universidade Comunitária da Região de Chapecó (Unochapecó) e possui mestrado em direito público pelo Centro Universitário Estácio de Santa Catarina. Ela entrou para a política em 2018, sendo a candidata feminina mais votada do Estado naquele ano, e em 2022 foi reeleita com uma expressiva votação.

Caroline de Toni se autodenomina discípula do falecido Olavo de Carvalho, guru do bolsonarismo. Após a morte de Carvalho em janeiro de 2022, a deputada protocolou um projeto de lei para incluir o nome dele no livro dos Heróis da Pátria, que está atualmente em tramitação na Comissão de Cultura da Câmara.

A CCJ, composta por até 66 membros, é considerada a comissão mais importante da Câmara dos Deputados. Responsável por analisar a constitucionalidade dos projetos e encaminhá-los para votação no plenário, desempenha um papel crucial no controle preventivo das propostas que am pela Casa Legislativa.