Lideranças governistas e da oposição no Congresso Nacional buscam um acordo para colocar em votação vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na próxima quinta-feira (7), em sessão conjunta com deputados federais e senadores. Uma reunião comandada pelo presidente do Legislativo, o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), deve acertar os detalhes.

Os parlamentares estão desde novembro tentando realizar a sessão, que vem sendo por seguidas vezes adiada devido à falta de acordo ou de quórum para votação. Apesar de a sessão desta quinta-feira estar agendada, há possibilidade de novo adiamento caso não haja consenso pela análise do veto à desoneração das folhas de pagamento.

A desoneração é a prioridade de Pacheco e da maioria dos líderes partidários. Lula vetou integralmente o projeto que prorroga até 2027 os incentivos para os 17 setores que mais empregam na economia brasileira. A decisão repercutiu mal no Congresso e há uma maioria consolidada para a derrubada.

No entanto, o prazo é apertado. O veto precisa ser derrubado ainda neste ano para que a desoneração continue em vigor. Caso não seja possível votar nesta quinta-feira, a deliberação deve ficar para o dia 14.

Também há pressões para analisar os vetos de Lula ao marco temporal das terras indígenas. A Frente Parlamentar da Agropecuária, a mais influente do parlamento brasileiro, lidera o movimento pela inclusão do tema na pauta. Outros itens importantes a serem analisados são os vetos parciais ao novo marco fiscal e ao projeto do Carf.

Além disso, há um desejo de parte dos líderes de incluir o veto do ex-presidente Jair Bolsonaro à gratuidade do despacho de bagagens com até 23 kg em voos nacionais e com peso não superior a 30 kg em voos internacionais, feito em 2022. Apesar de autoria bolsonarista, o veto é defendido pelo ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França. A expectativa do governo é que, caso pautado, haja a manutenção da decisão de Bolsonaro.