Gleisi atribui aumento da Selic a orientação anterior de Campos Neto e minimiza papel de Galípolo

BRASÍLIA — A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), reagiu à alta de um ponto percentual na taxa básica de juros determinada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) em reunião na quarta-feira (29). 

A deputada atribuiu o aumento à orientação de Roberto Campos Neto herdada por Gabriel Galípolo — indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ele deu início à gestão na presidência da instituição financeira neste mês. 

A crítica feita pela presidente do PT parte da ata elaborada pelo Copom em dezembro, sob tutela de Campos Neto, e que indicava uma tendência de alta para as reuniões seguintes. 

"O novo aumento da taxa básica de juros, já determinado desde dezembro pela direção anterior do Banco Central e anunciado hoje, é péssimo para o país e não encontra qualquer explicação nos fundamentos da economia real", declarou Gleisi em publicação no X.  

"Neste momento, sabemos que não resta muita alternativa ao novo presidente do BC, Gabriel Galípolo. Restam desafios para reposicionar as expectativas do mercado e a orientação da instituição que dirige", completou. A elevação da Selic foi uma decisão unânime do Copom — apoiada, inclusive, pelos diretores indicados ao cargo pelo governo Lula. 

O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ), também criticou a decisão e afirmou que ela é fruto de uma "armadilha criada por Roberto Campos Neto". "Gabriel Galípolo não tinha muita alternativa de mudar essa rota, neste primeiro momento, sem criar uma grande crise. O grande desafio da nova gestão é sair dessa armadilha", declarou. 

Nesta quarta-feira (29), o Copom decidiu aumentar em um ponto percentual a taxa básica de juros. Com a mudança, a Selic atingiu os 13,25%. A expectativa é que ocorra ainda um segundo aumento de um ponto percentual na próxima reunião do comitê.