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Celso Amorim diz que Brasil só reconhecerá vitória de Maduro se atas forem divulgadas
Braço direito de Lula na política externa negou ter proposto novas eleições no país vizinho e defendeu fim de sanções
BRASÍLIA - O embaixador Celso Amorim, assessor internacional do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou nesta quinta-feira (15) que o governo brasileiro só irá reconhecer a vitória de Nicolás Maduro nas eleições da Venezuela caso sejam apresentadas as atas que confirmem a lisura do processo. O pleito é contestado pela oposição, que denuncia fraudes.
“Se não houver um acordo que permita avançar, nós não vamos reconhecer um governo se essas atas não aparecerem. [...] O Brasil não reconhecerá um presidente que não esteja fundado nas atas”, disse Amorim em audiência na Comissão de Relações Exteriores do Senado.
Segundo o braço direito de Lula na política externa, o presidente está ficando “impaciente” com a demora do Conselho Nacional Eleitoral venezelano em divulgar os documentos. Já se aram 19 dias desde a eleição. No entanto, o ex-chanceler disse que não vai impor um prazo.
“Está muito clara a impaciência do presidente Lula com a demora das atas. Isso evidentemente é uma preocupação. Mas colocar uma data fixa, um ultimato, acho que não é produtivo. A minha experiência indica que isso não traz bons resultados”, pontuou.
A pedido de Lula, Celso Amorim esteve na Venezuela durante a eleição. Nos dias seguintes, se reuniu tanto com o presidente do país, Nicolás Maduro, quanto com o candidato de oposição, Edmundo González, em busca de uma solução para o ime.
Os governos de Brasil, Colômbia e México têm atuado em conjunto, buscando ser mediadores da situação. Outros países da América Latina, como Argentina, Chile, Uruguai, Equador, Peru e Paraguai, já condenaram de forma mais veemente os indícios de fraude no processo eleitoral.
Novas eleições
Na audiência, Celso Amorim negou que tenha proposto a realização de novas eleições na Venezuela como forma de solucionar o ime. O embaixador afirma ter ouvido a sugestão de um “contato internacional”, mas acredita que poderia ser uma alternativa bem aceita por governo e oposição do país, pois ambos conclamam vitória no pleito.
“Não propus isso, isso não está sendo discutido. Mas se acontecer, tem que ser sobre um sistema de vigilância diferente do que está agora”, disse.
Na avaliação de Amorim, o órgão ideal para fazer uma supervisão independente do processo seria a União Europeia (UE). Mas para o embaixador, o bloco errou ou não levantar todas as sanções à Venezuela, o que fez com que o regime de Maduro “desconvidasse” a UE para integrar o grupo de observadores externos da eleição. O diplomata defende que, para a realização de um novo pleito, é preciso acabar com todas as sanções.