ALMG

‘ALMG aguarda indicação do futuro articulador do governo’, diz Tadeuzinho

Após saída de Igor Eto, o presidente afirma ter convicção de que “os preceitos de diálogo serão mantidos, em conformidade com a autonomia e independência dos Poderes

Por Gabriel Ferreira Borges
Publicado em 28 de junho de 2023 | 07:00

Após a saída de Igor Eto (Novo) do governo Romeu Zema (Novo), o presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), Tadeu Martins Leite (MDB), o Tadeuzinho, afirmou, nessa terça-feira (27), que está à espera da indicação do novo secretário de Governo. Ainda sem substituto, as circunstâncias da exoneração de Igor em meio à discussão do pré-requisito para a adesão do Estado ao Regime de Recuperação (RRF) surpreenderam os deputados estaduais.

Em nota, Tadeuzinho, que é amigo pessoal de Igor, salientou que a ALMG aguarda a indicação do “futuro articulador do governo”. “Com a convicção de que os preceitos de diálogo serão mantidos, em conformidade com a autonomia e independência dos poderes, e com os interesses dos mineiros sempre em primeiro lugar”, destacou o presidente, que, segundo apurou O TEMPO, recebeu o agora ex-secretário de Governo nessa mesma terça a portas fechadas.

A saída de Igor aconteceu a três dias do fim do prazo para aprovar o pré-requisito de adesão de Minas ao RRF. Caso contrário, o Estado terá que pagar à União, à vista, R$ 15 bilhões pela "revogação das reduções extraordinárias da prestação mensal das dívidas". Em articulação com a Mesa Diretora, Igor tentava levar o projeto a plenário em 1º turno nesta quarta (28), e, em 2º turno, na próxima quinta-feira (29), a tempo de Zema sancioná-lo em edição extraordinária do Diário Oficial ainda na quinta. 

Os mais cotados para suceder Igor são o secretário-chefe da Casa Civil e ex-deputado federal, Marcelo Aro (PP), e o assessor estratégico do vice-governador Mateus Simões (Novo) e também ex-deputado federal, Lucas Gonzalez (Novo), mas, por ora, são tratados como especulações. Até a nomeação de um novo secretário, o adjunto Juliano Fisicaro Lopes, que já havia assumido a função quando Igor se afastou para coordenar a campanha de Zema à reeleição, vai ocupar interinamente a pasta.

Tadeuzinho ainda desejou sucesso a Igor, com quem, acrescenta o presidente da ALMG, teve “ótimas relações institucionais”. “Durante todo o tempo em que exerceu a função, manteve uma atuação republicana e respeitosa perante o Legislativo, com importante contribuição em ações que geraram benefícios à população mineira”, apontou o deputado estadual. 

Coincidentemente, Igor já havia balançado no cargo justamente durante a campanha de Tadeuzinho à presidência da Casa. À época, o então secretário de Governo era fiador da candidatura do deputado Roberto Andrade (Patriota), líder do governo Zema durante o fim da última legislatura. Como Andrade era tratado como o candidato de estrita confiança de Igor, os deputados, receosos de uma eventual perda de autonomia da ALMG, não aderiram à campanha. 

A gota d’água para a candidatura de Andrade foi uma briga entre Igor e o deputado Gustavo Santana (PL), filho do então presidente do PL em Minas Gerais, José Santana, o que levou oito dos nove liberais a aderir à candidatura de Tadeuzinho. Depois, o secretário de Governo ainda tentou emplacar o deputado Duarte Bechir (PSD) como candidato, mas, ao contrário das expectativas, Bechir não conseguiu virar votos de deputados que já eram do hoje presidente da ALMG.

No final das contas, após ainda ter sondado os deputados Gustavo Valadares (PMN) e Antônio Carlos Arantes (PL) como eventuais candidatos, Igor abandonou a tentativa. Então, compôs com Tadeuzinho. Durante as articulações, o agora presidente da ALMG chegou a se reunir duas vezes com o então secretário de Governo para tentar o apoio do Palácio Tiradentes à candidatura, mas foi rejeitado.