PROPAG

Professores da UEMG reagem com cautela à proposta de federalização da instituição

Categoria irá avaliar projeto de Zema para definir posicionamento, mas adianta que “não aceitará” demissões

Por Leticya Bernadete
Publicado em 08 de maio de 2025 | 14:43

Os professores da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) ainda vêem com “cautela” o projeto do governo Romeu Zema (Novo) de transferir a gestão da instituição para a União. Diante da possibilidade de federalização, a Associação dos Docentes da Universidade do Estado de Minas Gerais (ADUEMG) informou que irá aguardar a divulgação do conteúdo do projeto de lei e se reunir com a categoria para definir um posicionamento sobre o tema. O vice-governador Mateus Simões (Novo) esteve na Assembleia Legislativa (ALMG) nesta quinta-feira (8 de maio) para apresentar os projetos para adesão de Minas ao Programa de Pleno Pagamento da Dívida dos Estados (Propag).

Conforme o presidente da associação, Túlio Lopes, os professores pretendem participar de audiências públicas sobre o Propag, entre elas, uma a ser realizada em Brasília no dia 27 de maio. Ele destaca que o momento ainda é de “cautela”, considerando que pretendem verificar a proposta do governo de Minas, bem como os planos do governo federal para a universidade.

“Vamos buscar conhecer e analisar a proposta, consultar, caso tenha a transferência, quais serão as condições para os trabalhadores”, diz. “Mas nós não vamos aceitar demissões de funcionários ou retiradas de direitos. Vamos analisar e seguir defendendo a construção de uma universidade pública gratuita e popular de qualidade.”

Durante a reunião na ALMG, o vice-governador estimou que, ao ar a UEMG para a União, seria possível abater R$ 500 milhões da dívida de Minas, que beira os R$ 165 bilhões. Simões explicou que a ideia seria uma federalização da instituição, de forma que Minas consiga rear o patrimônio da UEMG para o governo federal sem que haja “prejuízos” aos alunos e professores.

A UEMG é um dos ativos que Zema quer entregar à União para abatimento da dívida. Além da instituição, há também projetos envolvendo a Codemig, a Cemig, a Copasa e a Empresa Mineira de Comunicação (EMC). No total, foram apresentados à ALMG 12 projetos para adesão ao Propag.