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Presidente da Cemig diz que federalização depende do governo de Minas e da Assembleia
Durante o Sendi, Reynaldo anezi afirma que Cemig é apenas “objeto” do processo e reforça que proposta de transformação em corporação cabe ao controlador
O presidente da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), Reynaldo anezi Filho, afirmou que a discussão sobre a federalização da empresa é de responsabilidade exclusiva do governo do Estado de Minas Gerais e da Assembleia Legislativa (ALMG). A fala foi feita à imprensa durante a abertura do Seminário Nacional de Distribuição de Energia Elétrica (Sendi), realizada nesta terça-feira (27 de maio). Segundo o presidente, a Cemig não participa da decisão, sendo apenas um dos ativos que podem ser transferidos à União como parte do Programa de Pleno Pagamento das Dívidas dos Estados (Propag).
“O tema da federalização é um tema do acionista controlador, com a União. A gente é um objeto, a Cemig. Fazemos parte dos ativos íveis de transferência para o Governo Federal, mas essa é uma decisão que cabe agora à Assembleia Legislativa”, afirmou.
O governo mineiro estima em cerca de R$ 165 bilhões a dívida com a União. Com o Propag, é possível amortizar 20% desse valor de forma imediata, caso o Estado consiga reunir até R$ 40 bilhões em ativos, entre eles, a Cemig, que tem valor estimado em R$ 7 bilhões com base na cotação das ações na bolsa. O projeto ainda está em fase preliminar de discussão na Assembleia.
“A proposta do Governo de Minas é a transformação da Cemig em uma corporação para a sua posterior federalização, e isso será o objeto de discussão na Assembleia”, completou anezi.
Nova Medida Provisória da energia elétrica
O presidente da Cemig comentou, ainda, o impacto da Medida Provisória 1300/2025, que estabelece a liberdade de escolha do fornecedor de energia para todos os consumidores e estrutura a abertura do mercado a partir de 2026. Questionado se abertura do mercado pode afetar o valor da Cemig, especialmente no contexto de federalização da companhia, Reynaldo argumentou que a proposta vai fortalecer a confiança dos investidores no setor elétrico e, consequentemente, beneficiar empresas como a Cemig.
“Se a gente conseguir que essa reforma seja de fato entendida como um ponto positivo para o Brasil ter mais espaço na transição energética, ela será muito positiva para a Cemig e para todo o setor elétrico”, disse.
A MP prevê que, a partir de agosto de 2026, indústrias e comércios poderão escolher seus fornecedores de energia. Para os consumidores residenciais, a medida deve valer a partir de dezembro de 2027. A proposta é coordenada pelo Ministério de Minas e Energia e visa modernizar o ambiente regulatório, aumentar a competitividade e acelerar a transição para fontes mais limpas.
Venda de usinas
Sobre a venda de quatro centrais hidrelétricas da Cemig, anezi argumentou que a transação não altera o controle societário da empresa nem compromete a capacidade operacional. “Eram ativos que representavam menos de 1% do nosso parque gerador. Estamos falando de desinvestimento, de realocação de capital. Estamos saindo de ativos considerados não estratégicos e investindo no maior programa de investimentos da história da Cemig.”
A negociação, judicializada em primeira instância, foi liberada pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), que cassou a liminar que suspendia o processo. As usinas foram vendidas por R$ 52 milhões.