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Grupo que controla PT Minas lança Dandara e deixa eleições de 2026 fora da pauta

Candidata à presidência do partido no Estado disse que a prioridade deve ser unificar a base do presidente Lula e ter candidatura ao governo e ao Senado

Por Hermano Chiodi
Publicado em 12 de maio de 2025 | 19:27


O grupo que controla o Partido dos Trabalhadores (PT) em Minas Gerais fez, nesta segunda-feira (12 de maio), o lançamento da deputada federal Dandara Tonantzin (PT) como nome para dar continuidade à gestão do atual presidente da legenda no Estado, deputado estadual Cristiano Silveira. Os principais líderes do grupo estiveram presentes, entre eles os deputados petistas Reginaldo Lopes, Miguel Ângelo, Luizinho, Marquinhos Lemos e Andreia de Jesus.

O deputado Reginaldo Lopes, que já presidiu o partido em Minas e era o principal apoiador de Cristiano Silveira na direção estadual, foi apontado pelos parlamentares presentes como articulador da escolha pelo nome de Dandara. Em seu discurso, o parlamentar destacou que caberá a ela, caso vença a disputa interna do PT, que tem outros três nomes, arrumar um candidato a governador e uma chapa completa para a disputa eleitoral de 2026. 

Também estarão em jogo o cargo de vice-governador e duas vagas ao Senado, além das chapas de deputados estaduais e federais. Ele não escondeu, contudo, que defende o nome do ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD). “Seu desafio é grande, Dandara. Temos que aumentar a bancada federal, aumentar a bancada estadual, temos que reeleger o presidente Lula, temos que encontrar um candidato a governador. A prioridade é o Pacheco, temos que encontrar um candidato ao Senado e disputar as eleições”, destacou Reginaldo Lopes.

O deputado federal Miguel Ângelo, outro importante apoiador de Dandara em Minas Gerais, disse que uma candidatura ao governo do Estado é importante, mas não é a única posição em disputa. “Temos duas vagas ao Senado, e o PT já colocou o Senado como prioridade”, afirmou.

Dandara não quis antecipar decisões, mas deixou claro que, se eleita, não terá a candidatura própria do PT ao governo de Minas, como principal estratégia. “A prioridade é unificar a base do presidente Lula no Estado e ter candidatura do nosso campo ao governo e ao Senado”, disse. Ela citou nomes petistas que poderiam entrar na disputa, como o das prefeitas Marília Campos (PT), de Contagem, e Margarida Salomão (PT), de Juiz de Fora, além de Reginaldo Lopes. Mas ressaltou que as conversas devem ocorrer com outras legendas e destacou o nome do senador Rodrigo Pacheco.

Segundo ela, o objetivo é fazer uma disputa interna do PT pautada na melhoria do partido com soluções e pautando “um projeto de partido". “A primeira coisa que faremos (caso eleita) será fazer uma agenda de lutas, colocar o partido na rua, que é um ano importante, e fortalecer a base de Lula no Estado”, destacou. Segundo ela, sua campanha será feita pelo interior e fará um ato em Belo Horizonte apenas para o encerramento da campanha. 

As inscrições para a disputa ao comando PT acabaram na última sexta-feira (9 de maio), e outras três chapas foram inscritas. A deputada estadual Leninha (PT), vice-presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, foi a escolhida pelo grupo que tem entre as principais lideranças o ex-prefeito de Belo Horizonte Patrus Ananias (PT), atualmente deputado federal; a ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo; entre outros. Ela dará uma entrevista coletiva nesta terça-feira (13 de maio), na Assembleia, para apresentar suas prioridades.

Também apresentaram candidaturas à presidência do diretório estadual Esdras Juvenal, que foi candidato do PT em Iturama, no Triângulo; e Juanito Vieira, vinculado ao PT de Juiz de Fora.

Futuro

Dandara assume a candidatura após Cristiano Silveira, que vinha sendo o nome construído pelo grupo, desistir de buscar uma reeleição. Segundo ele, o objetivo é garantir uma “renovação geracional”, uma “oxigenação”, no comando petista no Estado. A deputada federal agradeceu o que chamou de “grandeza” do atual presidente e falou que assume com o propósito de reaproximar o partido de sua base. Ela, que tem origem eleitoral em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, disse que irá iniciar sua caminhada pelo interior do Estado.

Cristiano Silveira deixa a presidência do partido em Minas e deve ser indicado por seu grupo político para assumir uma posição na chapa do diretório nacional petista. Tanto a disputa em Minas quanto a disputa pelo diretório nacional ocorrem por votação dos filiados à legenda em votação que ocorrerá em 6 de julho.