e mais publicações de Reginaldo Lopes

Reginaldo Lopes

Deputado federal pelo PT-MG

REGINALDO LOPES

Minas Gerais e os 50 anos do Proálcool

Importância do setor sucroenergético

Por Reginaldo Lopes
Publicado em 29 de abril de 2025 | 07:00

Na semana ada, estive em Uberaba, no Triângulo Mineiro, para participar da abertura oficial da Safra Mineira 2025/2026, organizada pela Companhia Mineira de Açúcar e Álcool (CMAA). O evento é realizado anualmente na Usina Vale do Tijuco, que pertence ao empreendedor José Francisco Santos. Aquela atividade representa muito mais do que o início de uma nova temporada, simboliza o fortalecimento da nossa agricultura, da geração de empregos e da inovação no setor sucroenergético.

Para o Brasil, é mais competitividade, sustentabilidade e desenvolvimento. Para Minas Gerais, é oportunidade de crescimento, de mais renda para as famílias e de reafirmação do nosso papel como o segundo maior produtor de cana do país. 
A cadeia produtiva da bioenergia mineira está presente em 110 municípios, sendo 28 com unidades industriais. No total, são gerados mais de 190 mil empregos diretos e indiretos no setor.

Durante a cerimônia, a CMAA anunciou que já está em andamento um plano de investimentos de R$ 3,5 bilhões. O novo projeto promoverá, até 2033, a expansão da capacidade de moagem e produção de açúcar e de álcool nas três unidades agroindustriais da empresa em Uberaba, Limeira do Oeste e Canápolis. 

O plano de expansão inclui a criação de 1.350 empregos diretos, que se somarão aos atuais 8.000 postos de trabalho. Atualmente, o empreendimento tem capacidade para processamento de cerca de 10 milhões de toneladas de cana, com produção total de 716 mil toneladas.

A atividade em Uberaba comemorou também os 50 anos do Programa Nacional do Álcool (Proálcool). Criado em 1975, foi ele que deu protagonismo ao etanol, produto que se mostra cada vez mais essencial e promissor. Uma matriz energética puramente brasileira e que deve ser cada vez mais utilizada para contribuir com a descarbonização do planeta. A safra 2025/2026 do produto deve atingir 671 milhões de toneladas.

Criado como resposta à crise do petróleo, o Proálcool é considerado o maior e mais ambicioso programa de produção e uso de combustíveis renováveis já implementado em todo o mundo. Ele tem reduzido a dependência de combustíveis fósseis e contribuído significativamente para o desenvolvimento econômico do Brasil nas últimas cinco décadas.

Desde a implementação do Proálcool, o etanol permitiu ao Brasil uma economia energética equivalente a mais de 2,5 bilhões de barris de petróleo, resultando em uma economia de cerca de US$ 205 bilhões em importações de gasolina ao longo das últimas cinco décadas.

Esse impacto financeiro não apenas reforça o etanol como uma fonte estratégica de energia para o Brasil, mas também solidifica a posição do país como líder global na produção e uso de biocombustíveis, ao investir em alternativas com menor utilização de carbono. Antes o etanol era produzido exclusivamente com base na cana-de-açúcar, e agora o milho se consolidou como um importante aliado na produção do combustível, representando atualmente quase 20% do total produzido no Brasil.

O governo federal tem criado iniciativas para incentivar a produção do etanol. Um importante o foi dado com a entrada em vigor da Lei do Combustível do Futuro, que cria programas nacionais para incentivo à energia limpa.

A nova legislação entrou em vigor em outubro do ano ado e, entre suas resoluções, apontou o aumento da mistura de etanol e de biodiesel à gasolina e ao diesel. O programa Gasolina E30 implementa uma nova mistura. O combustível eleva o percentual de etanol na gasolina de 27,5% para 30%.

O novo modelo representa um o importante para o Brasil em direção à independência energética, reduzindo o atrelamento do mercado internacional e promovendo uma economia mais sustentável.