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O alto custo dos acidentes de trânsito

A cada dois minutos uma pessoa entra na emergência do SUS devido a acidentes de trânsito

Por Editorial O TEMPO
Publicado em 12 de maio de 2025 | 07:00

A cada dois minutos, uma vítima de acidente de trânsito entra no setor de emergência do Sistema Único de Saúde. Desse total, seis em cada dez são motociclistas, e metade são adultos no auge de sua capacidade de trabalho (20 a 49 anos). O estudo da Associação Brasileira de Medicina do Trânsito (Abramet) apresenta um retrato sombrio, porém necessário, do impacto desse problema social e, também, de saúde pública.
Ao longo de dez anos, foram registrados 228 mil atendimentos de emergência no SUS, um crescimento de 45% desde 2015.

Uma constatação da Secretaria Nacional de Trânsito é que, em todo o país, em 2023, mais pessoas morreram por causa de colisões e atropelamentos (34.810) do que vítimas de armas de fogo (30.254) – uma realidade que se repete em sete de cada dez municípios brasileiros.

Custo econômico dos acidentes

Essa violência massiva que domina ruas e rodovias pelo Brasil tem um custo, e não é pequeno. De acordo com a Abramet, com base em dados do Ministério da Saúde, as internações custaram o equivalente a R$ 3,8 bilhões em despesas hospitalares diretas na década estudada. Uma despesa evitável e que poderia ser aplicada em favor da melhoria da saúde pública. A média anual de gasto com os atendimentos a vítimas de trânsito equivale ao dinheiro necessário para colocar em funcionamento o equivalente a 1.500 leitos de Unidades de Tratamento Intensivo (estimando-se um custeio diário de R$ 700 por UTI Adulto III segundo o Ministério da Saúde em 2023).

O Brasil tem cerca de 73 mil leitos de UTI, 51% deles istrados pelo SUS, de acordo com a Associação Brasileira de Medicina Intensivista, mas distribuídos de forma desigual. Calcula-se que somente uma em cada dez cidades tenham UTIs.
O Maio Amarelo está aí para ajudar a solucionar esse problema. E cada um pode colaborar com cinco os: respeitar o limite de velocidade; manter a atenção e não usar celular ao dirigir; não pegar a direção cansado ou com sono; jamais dirigir sob efeito de álcool ou drogas; e seguir as leis. Ações simples que têm um impacto imenso em poupar dinheiro e vidas