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Saúde não é mercadoria
Não vamos permitir que Zema venda hospitais públicos
O que esperar de um governador que adoece a população ao invés de lutar para que todos tenham saúde pública, gratuita e de qualidade? Além de adoecer, a decisão de Zema mutila, mata e deixa morrer. É a necropolítica neoliberal acontecendo em plena luz do dia. Desde janeiro venho acompanhando a situação do Hospital João XXIII, que ficou ainda mais sobrecarregado diante da decisão de Zema de fechar o bloco cirúrgico do Hospital Maria Amélia Lins (HMAL), em Belo Horizonte.
Nas visitas que realizei vi pacientes angustiados e amontoados nos corredores aguardando há semanas a liberação de cirurgias de traumas e até fraturas expostas. A longa espera tem gerado estresse, ansiedade e depressão, aumentando a demanda por medicação psiquiátrica, revitimizando quem já está sofrendo por conta de acidentes ou lesões graves e gerando sequelas físicas irreparáveis nas pessoas.
Desde o fechamento do bloco cirúrgico, o João XXIII vem realizando cirurgias programadas que antes eram feitas no HMAL, atrasando o atendimento de urgência. Sabemos que a medida é um primeiro o para o sucateamento e entrega do hospital para empresários, na mesma toada do Projeto de Lei (PL) 2127/2024 do governador que pretende entregar de mão beijada para a iniciativa privada todos os hospitais da rede Fhemig no estado.
Evidência disso é que, após fechar o bloco cirúrgico do HMAL alegando manutenção (mentindo para todos), o governo de Minas e a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) lançaram um edital para a terceirização da unidade, com entrega do prédio e de todos os equipamentos, comprados com dinheiro público e avaliados em cerca de R$ 6,2 milhões, a um ente privado, sem custos. É mais que absurdo, é criminoso, pois esta privatização terá foco em cirurgias eletivas e vai deixar um buraco no sistema de saúde, reduzindo o atendimento a pessoas que precisam de cirurgias de urgência.
E quem são essas pessoas, em maioria? É a população pobre. São jovens negros que trabalham em aplicativos de transporte, são idosos que trabalham como pedreiro e em outras profissões autônomas precarizadas que envolvem risco e que não podem ficar sem trabalhar enquanto aguardam semanas ou meses por uma cirurgia de urgência. São essas pessoas que Zema está deixando de olhar e que poderão morrer ou ficar com sequelas a vida toda caso não sejam atendidas no momento adequado.
Não podemos permitir que Zema venda o HMAL, pois, além de ser referência em ortopedia e traumatologia do Brasil e atender casos de alta complexidade, ele também funciona como centro de formação de residentes médicos e atende gratuitamente cerca de 3 mil pacientes de todo o estado, realizando 250 cirurgias ortopédicas por mês.
Temos buscado reverter essa medida com ações legislativas e judiciais. Zema não pode fechar, sucatear para depois vender nossos equipamentos de saúde da mesma forma que vem tentando privatizar nossas estatais, à toque de caixa e sem consultar a população, como previsto na lei. Saúde não é mercadoria e vamos seguir lutando para garantir este direito para nossa população.
Zema não pode vender nossos equipamentos de saúde da mesma forma que vem tentando privatizar nossas estatais, à toque de caixa e sem consultar a população, como previsto na lei. Saúde não é mercadoria e vamos seguir lutando para garantir este direito para nossa população.