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Bella Gonçalves

Deputada Estadual de Minas (PSOL)

BELLA GONÇALVES

Fim da escala 6x1: por uma vida além do trabalho

É hora de parar BH e o Brasil

Por Bella Gonçalves
Publicado em 01 de maio de 2025 | 07:00

 

exaustos. E, mesmo assim, neste 1º de maio vamos às ruas em todo o Brasil por uma vida digna e contra a precarização do trabalho. O Dia Internacional dos Trabalhadores será marcado por atos e greves. Em Belo Horizonte, o encontro é na praça Sete, a partir das 9h, e reivindica melhores condições de trabalho, aumento de salários e ampliação de direitos.

Embora hoje a taxa de desemprego esteja nos menores níveis já registrados no país para o período, ainda temos um cenário de precarização.

A mobilização para os atos deste 1º de maio é impulsionada por sindicatos e pelo movimento Vida Além do Trabalho (VAT), que deu caldo para a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da deputada federal Erika Hilton, a mais importante que tramita no Congresso Nacional e que clama pelo fim da escala 6x1.

A proposta enfrenta resistência da direita, como é o caso de Zema. Ele faz parte de uma aristocracia que historicamente se construiu pela superexploração, com trabalho escravo e se colocando contra direitos como o salário mínimo e o 13º salário, e que hoje esperneia pela manutenção da escala 6x1.

Aliás, as transportadoras que prestam serviços para as lojas Zema em Araxá foram flagradas impondo condições de trabalho análogo à escravidão. Além disso, Zema aumentou o próprio salário em 300% e deu R$ 22 bilhões de isenção fiscal só neste ano para empresários que financiaram sua eleição. Zema tem usado seu tempo e nossos recursos para viajar fazendo campanha antecipada para as eleições presidenciais.

E, por falar em campanha, ele prometeu reajustes anuais nos salários do funcionalismo público de Minas, mas não cumpriu. Soubemos que há 60 mil servidores do Estado recebendo menos de um salário mínimo. A maioria atua na escala 6x1 e não tem tempo para família, lazer, saúde e cultura. Essa jornada tão aplicada no comércio também é praticada no poder público, então precisamos cobrar que deputados e vereadores atuem para que ela acabe.

Sigo mobilizando na ALMG, como também seguem organizados os trabalhadores de aplicativos de entrega e transporte que têm realizado em todo o país o “breque dos apps”. As paralisações pressionam grandes companhias, como Uber, iFood e 99Taxi, a pagar melhores taxas e a garantir e aos trabalhadores que colocam suas vidas em risco, com jornadas extenuantes para levar mercadorias e alimentos que eles próprios não têm condições de consumir. Não é justo.

E ainda há o agravante do aumento dos acidentes de trabalho. Segundo a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais, em 2024, BH registrou 20.242 acidentes envolvendo motocicletas – 23,9% do total de acidentes no Estado. Do total de batidas envolvendo motos, 10.048 deixaram pelo menos uma vítima, sendo 96 mortes. 

Enquanto o povo se mata para trabalhar, Zema tenta vender hospitais e implantar pedágios na região metropolitana de BH, jogando os custos dos seus interesses eleitoreiros no lombo da população mais pobre, no Estado com mais casos de trabalho análogo à escravidão e num dos países com números mais altos de afastamentos por questões de saúde mental. Até quando permitiremos que ele governe para os ricos, que querem seguir explorando os trabalhadores até a morte?