O dia 8 de maio deste ano foi um marco na nossa cidade. Durante o evento que aconteceu em Brasília, no qual o governo Lula anunciava cerca de R$ 250 milhões do PAC Seleções para as ocupações Rosa Leão e Helena Greco, na Izidora, me lembrava de 2011, quando estava ao lado das famílias dormindo em barraca de lona na luta pelo direito à moradia digna. Ouvia o anúncio de Lula junto a companheiras e lideranças da Izidora, e pensamos nos tantos anos de lutas para chegar até ali. É um avanço importante, mas seguimos em luta para captar recursos para as ocupações Vitória e Esperança. 

Belo Horizonte vai receber R$ 500 milhões, sendo que cerca de metade desse valor vai para a Izidora. A região abriga 8 mil famílias e é um dos maiores conflitos fundiários da América Latina. Para essa conquista histórica da luta por moradia foi necessário muito empenho das ocupações, dos movimentos e do nosso mandato. Estive à frente da articulação entre prefeitura e governo federal para garantir que o projeto da Izidora fosse prioridade no orçamento. 

Esse valor vai permitir que as ocupações tenham o à água, saneamento básico, asfalto, lazer e equipamentos públicos. É mais um o avançando rumo ao direito de morar com dignidade! É mais um o avançando para colocar as periferias no centro do orçamento! 

Mais de dez anos de resistência 

As ocupações da Izidora se tornaram símbolo de luta e resistência em BH. Desde o início, estive junto com as famílias em mais de cinco marchas até o Centro, reuniões, acampamentos nas prefeituras de Belo Horizonte e de Santa Luzia, articulações internacionais, denúncias de violações de direitos no Tribunal Internacional de Despejos e outras diversas formas de pressionar o poder público para solucionar um dos maiores conflitos fundiários da América Latina. 

Conseguimos garantir a permanência das famílias, a construção de casas e a organização comunitária do território. Em 2016, trouxemos Lula para conhecer a Izidora, visita que foi decisiva para o início do diálogo pela desapropriação da área. 

Depois, quando me tornei vereadora, ainda no governo Kalil, articulei com a prefeitura e a Câmara Municipal de Belo Horizonte um empréstimo de cerca de R$ 800 milhões do Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird) para viabilizar o projeto de urbanização. No entanto, esse recurso foi barrado na Câmara por parlamentares da extrema-direita que regozijam com o sofrimento do povo. 

Retomada com o governo Lula 

Não desanimamos e seguimos batalhando pelo sonho de uma Izidora urbanizada! Em abril deste ano, convidamos o secretário de Periferias do Ministério das Cidades para conhecer a Izidora. Guilherme Simões fez uma caravana pelo território e ouviu os moradores sobre as obras e equipamentos públicos necessários. 
Além disso, já enquanto deputada estadual, fizemos reuniões com o prefeito e as lideranças da Izidora cobrando a urbanização junto ao governo federal. Também articulamos junto a Secretaria Nacional de Periferias para abrir caminhos rumo à urbanização de uma das maiores ocupações do Brasil. 

Agora, conquistamos a primeira etapa de urbanização das ocupações da Izidora, com R$ 166 milhões para a ocupação Rosa Leão e R$ 75 milhões para a ocupação Helena Greco. 
É um momento histórico de vitória rumo a Belo Horizonte que desejamos: uma cidade com moradia para todas as pessoas. Mas queremos mais! Defendemos que a prefeitura arque com o valor faltante para a urbanização das ocupações Esperança e Vitória. Queremos toda a dignidade para o povo!