ACÍLIO LARA RESENDE

Há o que comemorar no Brasil e no mundo 1x1t5p

Avanço do IDH, papel social do novo papa e as lições de Mujica 326f62

Por Acílio Lara Resende
Publicado em 15 de maio de 2025 | 07:00
 
 
O Brasil avança no IDH, mas desigualdade ainda persiste Foto: Foto ilustrativa | Pexels/ Divulgação

Mesmo sem grande entusiasmo, há algo a comemorar no Brasil e no mundo. O nosso país, por exemplo, leitor, segundo editorial da “Folha de S. Paulo”, quando se iniciou o cálculo do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) pela ONU, em 1990, ocupava posição pouco mais do que intermediária entre 130 países. Em recente relatório, entretanto, relativo ao ano de 2023, divulgado há dias, o Brasil superou o índice de 2019, antes da pandemia, e ocupa agora a 84ª posição entre 193 países. Numa escala de 0 a 1, o IDH brasileiro é de 0,786 – um patamar que a ONU, “com benevolência” (diz a “Folha”), considera alto.

Ao longo dessas mais de três décadas, o Brasil progrediu nos três principais indicadores das Nações Unidas – renda, saúde e educação. O PIB por habitante subiu de US$ 12.178 para US$ 18.011. Desde 1990, o nosso índice teve um aumento de 22,6%, embora outros países, considerados emergentes, como China, Índia e Turquia, acumularam um aumento, respectivamente, de 62,3%, 53,6% e 42,6%.

Em termos comparativos, porém, nossas melhoras não são sentidas. São mal distribuídas. E isso gera uma injusta desigualdade. Quando a ONU ajusta o nosso IDH à nossa desigualdade, o índice a a ser de 0,594, bem próximo ao de baixo desenvolvimento humano, inferior a 0,55. Ou seja: “Os 40% mais pobres detêm apenas 11,3% dos rendimentos da população, enquanto os 10% mais ricos detêm 41%”

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Para ajudar na construção de um mundo mais justo, que, para os pessimistas, só tende a piorar, foi eleito sucessor de Francisco, por quem foi nomeado cardeal (e não me refiro apenas aos católicos), o norte-americano Robert Francis Prevost, de 69 anos. Robert, que adotou de propósito o nome de Leão XIV, ou dois terços de sua vida entre o Peru, de onde é cidadão naturalizado, e a Europa.

Agostiniano, o papa Leão XIV esteve presente em Minas pelo menos duas vezes. Uma delas, em 2004, aqui mesmo, em nossa capital, por ocasião da comemoração dos 70 anos de existência do Colégio Santo Agostinho. A sua rápida escolha, com quase 100 votos, entre 133 cardeais, é um testemunho de que a Igreja Católica está unida.

O papa Leão XIV não só escolheu um nome com apelo social, mas demonstrou, em suas primeiras palavras, que dará continuidade ao legado de Francisco. No Peru, onde ou 24 anos, dedicou sua vida missionária às comunidades pobres. Como pontífice, na praça de São Pedro, seu discurso foi de exortação a uma Igreja missionária, que constrói pontes, que mantém um diálogo sempre aberto e que receba a todos que precisam da nossa caridade, da presença e do amor. Que busque, enfim, no mundo, além do diálogo, a paz desarmada.

José Mujica 2s2m4

Morreu José Pepe Mujica, 89 anos, ex-presidente do Uruguai. Foi um defensor intransigente da democracia, que, para ele, não tinha defeitos. ”Os defeitos – afirmava – somos nós, os humanos”.
Um exemplo de simplicidade difícil de ser seguido