ACÍLIO LARA RESENDE

Trump, a epidemia da maldade e os nossos problemas 1j5z2n

Impactos da tarifa do aço de Trump e da mudança no Legislativo 35346q

Por Acílio Lara Resende
Publicado em 13 de fevereiro de 2025 | 07:00
 
 
A person wears a Donald Trump mask at the Little Five Points Halloween Parade on October 21, 2017 in Atlanta, GA. Foto: 2017 Russ Ensley

Com tantos problemas internos, o Brasil, leitor, não merecia essa guerra comercial agora deflagrada pelo presidente Donald Trump ao , na noite da última segunda-feira, decreto que impõe tarifa de 25% sobre o alumínio e o aço. Segundo o jornal “Financial Times”, essa ordem entrará em vigor no dia 12 de março.

O Brasil é o segundo no fornecimento de aço para os EUA. Em 2024, os americanos receberam 54,1% das suas exportações siderúrgicas, num total de US$ 2,9 bilhões. Sofrerá, com certeza, redução significativa nessas vendas. O que não é bom, sobretudo, para Minas Gerais.

Está em pleno funcionamento, segundo o escritor e jornalista angolano José Eduardo Agualusa, citado em meu último artigo, o “mecanismo da maldade” de Trump, que, além da deflagração de uma guerra comercial contra vários países, ainda “pretende retirar todos os palestinos da sua pátria ancestral, na Faixa de Gaza, transformando o território numa Riviera do Oriente Médio, mas sob o domínio americano”.

Um dia depois dessa desastrosa declaração de Trump, o seu secretário de Estado, Marco Rubio, “veio a público – continuou Agualusa – tentando, num esforço constrangedor, dar à declaração de Trump um tom generoso (expressão dele). Inútil. A única virtude de Trump é a transparência”, concluiu o colunista do jornal “O Globo”.

O melhor, porém, é voltarmos nossa atenção para os nossos problemas internos, que são muitos. Eles, como também as suas difíceis soluções, não só nos tiram o sono, como também já nos bastam como quota de sofrimento. Quando falei aqui, semana ada, sobre os presidentes recém-eleitos para o Congresso Nacional – Câmara e Senado –, fiz questão de registrar, entre parênteses, as idades de ambos.

Que fique claro que, para mim, as idades – de 48 anos do presidente do Senado (pela segunda vez) e 35 anos do presidente da Câmara – poderiam significar algo de bom para o país. 
As duas Casas legislativas foram, de fato, entregues às novas gerações. A presença dos dois despertaria outros jovens e levaria oxigenação à velha política.

Ledo engano! E aqui me refiro, por enquanto, ao deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB), de 35 anos, médico, que comandará a Câmara Federal por dois anos. Em sua primeira entrevista ao jornal “O Globo”, no último dia 7, mostrou-se razoavelmente equilibrado. No dia seguinte, ao mesmo jornal, mudou de pensamento e afirmou que os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023 não foram uma tentativa de golpe e, por tabela, ainda defendeu que não haja “exagero” nas punições aos condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF): “Querer dizer que foi um golpe? Golpe tem que ter um líder, uma pessoa estimulando, apoio de outras instituições interessadas, como as Forças Armadas”.

Preocupado com o que disse, e “para evitar ruídos”, Motta já procurou os ministros Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes. Enquanto isso, Bolsonaro pede a Deus que “continue iluminando Motta”.

Para Bolsonaro, a anistia não é política. É humanitária.