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É melhor comer antes ou depois de transar? Fazer sexo com fome pode ser menos prazeroso
Pesquisa aponta que pessoas em jejum tendem a sentir menos prazer ao toque que as alimentadas
O segredo para uma noite incrível pode estar no que você come – ou deixa de comer. Estudo realizado pela Universidade de Oslo revelou que pessoas com fome tendem a sentir menos prazer ao toque em comparação com aquelas alimentadas.
A pesquisa realizada em 2023 acompanhou 67 voluntários que receberam carícias lentas em dois dias de testes, nos quais, no primeiro, os voluntários estavam em jejum, e, no segundo, tinham recebido uma refeição.
Assista ao debate sobre o tema:
Em ambos os casos, foram medidos os níveis de grelina, hormônio produzido no estômago que atua como um sinal de fome. Nos casos em que a grelina estava baixa, foi relatada maior sensação de prazer. A pesquisa apontou ainda que os toques foram classificados como mais agradáveis após a refeição.
Logo, já que um sexo prazeroso envolve muitos toques e carícias, o ideal é se alimentar antes. Isso acontece porque, quando estamos com fome, entramos no “modo sobrevivência” e não conseguimos prestar atenção em muita coisa, a não ser no momento em que vamos saciar o apetite, conforme explica a nutricionista especializada em saúde da mulher Fernanda Larralde.
“Comida e sexo compartilham mais do que a gente imagina: ambos ativam centros de recompensa no cérebro e envolvem hormônios como a dopamina. Quando estamos em jejum por longos períodos, a grelina (hormônio da fome) aumenta e pode interferir no prazer tátil e emocional. Ou seja, o corpo entende que precisa priorizar a sobrevivência, e não o prazer. Uma alimentação equilibrada, por outro lado, nutre o cérebro e favorece o desejo, a conexão e o toque”, aponta.
O que comer antes de transar?
No entanto, não dá para se empaturrar de comida antes de transar: o ideal é evitar refeições muito gordurosas, açucaradas ou ricas em carboidratos refinados. “Feijoada, massas com molhos pesados, frituras e excesso de doces, por exemplo, desviam o fluxo sanguíneo para o sistema digestivo e provocam sonolência, inchaço e desconforto, tudo que a gente não quer na hora H”, recomenda a nutricionista.
Isso porque esses alimentos exigem uma digestão longa e geram gases, distensão abdominal e até sensação de fadiga. “O organismo prioriza a digestão, e o fluxo sanguíneo que deveria ir para a região genital acaba concentrado no intestino. A consequência disso é menos disposição, menos prazer e mais desconforto”, relata a especialista.
Por isso, antes do “vamos ver”, o ideal é comer com moderação alimentos que não pesem o estômago. Nessa lista também incluem os afrodisíacos.
“São ótimos os alimentos leves, que melhoram a circulação e dão energia sem pesar, como frutas vermelhas, castanhas, abacate, chocolate amargo (rico em triptofano), pimenta e até um bom chá de gengibre. Eles estimulam neurotransmissores do prazer e a circulação sanguínea. Os chamados afrodisíacos, como maca peruana, ginseng e tribulus, também podem ter papel coadjuvante quando usados com orientação”, afirma.
Pós-sexo pede um lanche leve
E no pós-sexo, o ideal é fazer um lanche leve, “com fonte de triptofano, magnésio e carboidrato de boa qualidade.” “Isso ajuda a relaxar e até induz o sono. Um exemplo? Banana com pasta de amendoim, um punhado de castanhas com damascos secos ou um iogurte com chocolate em pó e aveia. Sacia, nutre e ainda contribui com aquele soninho gostoso do pós”, indica.
É importante destacar ainda que existem diferenças na forma como os alimentos impactam homens e mulheres na relação sexual. “Nas mulheres, alimentos que favorecem o equilíbrio hormonal, a produção de estrogênio e a vascularização da região íntima tendem a melhorar a libido e a lubrificação. Já nos homens, o foco maior está na vasodilatação e saúde vascular, importante para ereção. Mas ambos se beneficiam de uma alimentação anti-inflamatória e rica em antioxidantes”, afirma.
A depender dos componentes de um alimento, eles podem levar a disfunção erétil ou ressecamento vaginal. “Excesso de açúcar, alimentos ultraprocessados, embutidos e gorduras trans contribuem para inflamação sistêmica, disfunção endotelial e desequilíbrio hormonal. Isso pode levar à disfunção erétil nos homens e à queda de libido ou ressecamento vaginal nas mulheres. Um padrão alimentar inflamatório é um vilão silencioso da saúde sexual”, ressalta.
Papel do álcool no sexo
Tomar uma ou outra taça de vinho pode aumentar o tesão, mas o efeito pode ser o contrário se a bebedeira for descontrolada. Portanto, é fundamental encontrar o equilíbrio antes de transar.
“O álcool pode até reduzir inibições e aumentar o desejo em um primeiro momento, mas em excesso ele prejudica a resposta sexual tanto em homens quanto em mulheres. Pode causar sonolência, queda na sensibilidade, redução da lubrificação e até falhas na ereção. Moderação é a chave”, aponta a nutricionista Fernanda Larralde.
Algumas pessoas também levam comida para cama para apimentar a relação. Segundo a especialista, texturas, aromas e temperaturas diferentes podem ser estimulantes.
“Frutas como morango, manga e uva, chocolate amargo derretido, mel em pequenas quantidades ou até bebidas com especiarias (como um vinho quente ou chá de hibisco com canela) criam um clima sensorial incrível, desde que tudo seja leve e consensual. Um ponto que merece cuidado é a utilização de alimentos na vagina, que pode desequilibrar o pH, alterar a microbiota e aumentar a ocorrência de alergias.
O que as pessoas querem comer no motel?
Depois do sexo, geralmente bate aquela fome, especialmente se a transa tiver sido intensa. Sócio-diretor do Motel Fly, de BH, e diretor regional da Associação Brasileira de Motéis (ABMotéis), Marcelo Campelo conta que dentre os pratos mais pedidos entre os clientes, está a picanha com fritas, acompanhada de salada, farofa e arroz. Depois estão o filé à parmegiana e tilápia a dorê.
“Este é um prato um pouco mais fitness, porque é acompanhada de brócolis e purê de batata”, explica. Em relação às porções, as mais pedidas são a picanha no palito, o filé com fritas e a isca de tilápia.
É normal, ainda, que os casais não comam logo quando chegam no motel. “É comum que, ao entrar na suíte, o casal aproveite o espaço antes de fazer qualquer pedido. Geralmente, os pedidos acontecem no meio da hospedagem”, explica Campelo, que é um dos organizadores do Chef’s no Motel 2025.
Até o dia 21 de maio, 65 motéis em todo o país, inclusive em Belo Horizonte, vão sediar o festival gastronômico da motelaria, em que os clientes poderão escolher duas opções de menu: standard (entrada e prato principal, por R$ 89 por pessoa) e (entrada, prato principal e sobremesa, por R$ 109 por pessoa). “O intuito é tirar o preconceito de que o motel é só um local que a pessoa se relaciona. É também um local que tem gastronomia e entretenimento”, afirma Campelo.