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‘Cheiro de macho’ existe? Entenda por que homens podem exalar odores diferentes das mulheres
Bella teria brigado com Cauã Reymond nos bastidores de 'Vale Tudo' por conta do mau cheiro do ator
Logo nas primeiras semanas da estreia do remake de “Vale Tudo”, quem acabou roubando a cena foram os bastidores da novela das nove da TV Globo. Uma suposta briga entre Bella Campos e Cauã Reymond teria causado desconforto nos estúdios, e um dos motivos do atrito foi o odor corporal do galã.
Segundo o colunista Leo Dias, Bella reclamou que o companheiro de cena chegou ao set com mau hálito e com as axilas cheirando mal, uma vez que não tomou banho depois de malhar. Cauã, por sua vez, rebateu a atriz, dizendo: “Não gosta de cheiro de macho? Não posso mais ter feromônios? Isso é sinal de masculinidade.”
A fala de Cauã provocou um debate em torno do que ele chamou de “cheiro de macho.” Homens realmente podem exalar cheiro diferente das mulheres? A resposta é sim e tem a ver com um hormônio produzido principalmente nos testículos.
“O suor masculino, particularmente o das glândulas apócrinas, contém compostos como a androstadienona, um derivado da testosterona que possui odor característico e pode ser percebido como marcadamente masculino. Esse odor é resultado da interação entre secreções glandulares e microbiota da pele, sendo influenciado por fatores hormonais, genéticos e ambientais”, explica o dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia Lucas Miranda.
Alquimista e perfumista, Josefina Baetens corrobora com a avaliação do médico, detalhando como o corpo masculino produz cheiros específicos de sua biologia. “Homens produzem compostos odoríferos específicos, influenciados principalmente pela testosterona. Quando entram em contato com as bactérias da pele, ocorre uma espécie de ‘transmutação química’, que resulta em odores mais intensos, almiscarados ou ácidos. Esse fenômeno tem base científica e também remete a uma simbologia antiga, em que o corpo expressa sua essência por meio do cheiro”, destaca.
Por sua vez, mulheres também produzem substâncias com odor característico, como a estratetraenol. “Este é um composto encontrado em secreções femininas e pode atuar como um sinal químico. Além disso, alterações hormonais ao longo do ciclo menstrual influenciam o odor corporal, o que pode ser percebido inconscientemente por outras pessoas”, salienta o médico.
No entanto, é importante destacar que odores naturais são diferentes do mau cheiro provocado pela higiene inadequada. “O cheiro natural é como a olfativa da pessoa, fruto da interação entre genética e microbiota da pele. Já o odor decorrente de má higiene é mais intenso, pungente e está associado à degradação de matéria orgânica. O cérebro humano, por mecanismos de sobrevivência, aprendeu a reconhecer esses sinais como potenciais alertas. É quase como separar o ouro verdadeiro das impurezas, como fariam os alquimistas em busca da pedra filosofal”, compara Josefina.
Além das características próprias de gênero, outros fatores influenciam no cheiro natural de um ser humano, como genética, saúde geral, alimentação, higiene e microbiota cutânea. O odor pode, inclusive, ser indicativo de certas enfermidades.
“Algumas doenças alteram o odor corporal. A cetoacidose diabética, por exemplo, pode causar hálito com odor adocicado semelhante a frutas fermentadas. A insuficiência hepática grave pode gerar odor semelhante a peixe ou mofo (fetor hepático) e doenças metabólicas raras, como a trimetilaminúria, resultam em cheiro corporal semelhante a peixe podre. Essas manifestações são importantes sinais clínicos e devem ser investigadas”, alerta o dermatologista.
Cheiro pode provocar atração e repulsa
Os odores corporais de uma pessoa podem provocar tanto atração quanto repulsa no outro – e isso independe da higiene pessoal.
“O olfato está diretamente conectado ao sistema límbico, responsável pelas emoções e comportamentos. Estudos demonstram que compostos como a androstadienona podem aumentar os níveis de cortisol e afetar o humor e a atração sexual. O cheiro natural de uma pessoa pode, portanto, induzir tanto atração quanto aversão, influenciando relações interpessoais de forma inconsciente”, comenta o dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia Lucas Miranda.
Até mesmo por isso, a percepção sobre o que é cheiro bom e ruim pode mudar de pessoa para pessoa, uma vez que a percepção olfativa é subjetiva e moldada por fatores como cultura, experiências de vida e estado emocional.
“Do ponto de vista neurológico, o bulbo olfativo se conecta diretamente às memórias afetivas, o que explica por que certos cheiros evocam prazer em uns e repulsa em outros. Como os alquimistas diziam, “o que cura um, pode envenenar outro”, a mesma essência pode ter significados opostos, dependendo de quem a percebe”, explica a alquimista, perfumista e educadora Josefina Baetens.
O uso de desodorantes e sabonetes são as alternativas mais buscadas para evitar a proliferação de bactérias, e, consequentemente, do odor fétido.
“Desodorantes e antitranspirantes modificam o microambiente da pele, alterando a microbiota local e mascarando ou inibindo a liberação de compostos voláteis naturais, incluindo feromônios. Antitranspirantes, por exemplo, bloqueiam a atividade das glândulas sudoríparas, reduzindo a produção de suor apócrino, que é essencial para a liberação desses sinais químicos”, explica o dermatologista Lucas Miranda.