-
Médica avalia mudança em parto de Brunna Gonçalves: 'Leva a graves lesões'
-
Ave extinta por 50 anos volta a habitar maior área de Mata Atlântica em MG
-
Restituição do 2º lote do Imposto de Renda terá correção de 1%; veja calendário
-
Leonardo Jardim diz que tem sido difícil escalar o Cruzeiro
-
Últimas notícias de Minas Gerais, do Brasil e do Mundo
Italiano traz à capital a harpaterapia imaginativa
Ludwig Conistabile criou o método que une som, voz e imagens para integração emocional
Ludwig Conistabile, 47, nasceu em Como, cidade no Norte da Itália, à beira de um lago e perto das montanhas. “Essa foi a paisagem que conheci desde criança. Sendo assim, minha musicalidade foi influenciada pela poesia, pelas montanhas e pelo lago calmo, suave e, por vezes, triste, em dias chuvosos. Nascido em uma família de músicos, me aproximei do piano ainda jovem, como autodidata. Me encantei pela harpa celta”, relembra o músico.
Aos 21 anos, ele começou a lecionar na Escola de Musicoterapia Arpamágica, de Milão. “Ensinava harpa para os futuros musicoterapeutas, instrumento que, por suas características acústicas e sonoras, é, do ponto de vista do imaginário coletivo, indicado para ser usado terapeuticamente em hospitais e locais de cuidado”, diz o harpaterapeuta.
Conistabile conta que começou a observar que, quando estava ensinando, gerava um efeito psicofísico nas pessoas. “Elas relaxavam e se permitiam sonhar e entrar em contato com suas almas. Acho que isso acontecia por causa do meu jeito de tocar, usar a voz e contar histórias”.
A partir da observação dessas dinâmicas, o músico criou um modelo único no mundo: a harpaterapia imaginativa, “em que a harpa e a voz são usadas em conjunto com terapias imaginativas para relaxamento profundo, integração emocional e narração terapêutica. Ela é um ramo da musicoterapia moderna, que tem como instrumento principal a harpa, meio de expressão, contato e diálogo com o paciente”, diz ele.
Conistabile ensina que esse modelo “combina os princípios da musicoterapia moderna com as terapias de imaginação para fins de relaxamento profundo, autoconhecimento, integração das emoções, exploração de seu próprio potencial de desenvolvimento humano, espiritual e bem-estar”.
O método, diz ele, “se baseia na cuidadosa utilização de padrões musicais (melódicos, harmônicos e rítmicos) combinados com a escolha de induções e sugestões verbais para facilitar processos internos de reforço positivo e consolidação da consciência de seu próprio valor”.
Para o harpaterapeuta, “a visualização guiada, assim como o trabalho com arquétipos, símbolo, a música improvisada e personalizada são os fundamentos dessa abordagem terapêutica, dirigida a todas as pessoas que precisam de um lugar e tempo de reconexão, longe das preocupações e das tensões da vida cotidiana”.
“Ao longo desses 20 anos, criei vários tipos de padrões baseados em experimentos e observações que fiz junto a quase 300 alunos. Seguimos determinados protocolos de pesquisas realizadas com pacientes em hospitais e em centros de cuidados paliativos, empresas e escolas infantis. Graças a todas essas contribuições de professores e alunos consolidou-se esse modelo que ensino no mundo inteiro”, comenta Conistabile.
“O objetivo é o contato com a própria alma também do ponto de vista psicológico. ‘Psique’, em grego, significa ‘alma’, ‘mente’ e ‘borboleta’. Nossa alma precisa de asas para voar. A música faz com que as almas possam voar por meio de uma linguagem que fala diretamente com nosso inconsciente. Em um lugar seguro, protegido em que há confiança e diálogo, as emoções podem se expressar”.
AGENDA: No próximo dia 25, das 19h às 20h30, acontecerá o concerto terapêutico “À Beira dos Sonhos”. Nos dias 26 e 27, Ludwig Conistabile ministra o workshop de harpaterapia imaginativa. Local dos eventos: avenida Getúlio Vargas, 446/604, Funcionários. Ingressos e inscrições: (27) 99931-1790, com Fellipe Garcia.
Saiba mais: www.harptherapyworld.com e www.ludwigconistabile.com
Método estimula confiança pessoal
Considerado um dos maiores especialistas de harpaterapia no mundo, Ludwig Conistabile ensina que a “harpaterapia imaginativa combina imagens que são estimuladas pela música e têm um efeito psíquico relaxante e de centramento. As emoções se manifestam de forma audível quando a música é tocada de determinado jeito”.
Ele diz que essa abordagem “trabalha também a autoestima, a confiança em si, o reforço da identidade, a personalidade e o eu, aspectos fundamentais que extrapolam a cura e o cuidado, pois atuam de forma preventiva. Precisamos criar tempo para nos conectar com essas funções internas, que são fundamentais e atuam para nosso bem-estar na vida pessoal, sentimental, corporal e profissional”.
E emenda: “Muitas vezes o que mais conta em nossa experiência humana são as emoções, os pensamentos, as coisas intangíveis e invisíveis que precisam de expressão. Esse é também o poder da arteterapia e da arte de forma geral. A arte dá forma a coisas que não têm forma, como as emoções. Tomar distância, nos distanciar das emoções, observá-las de um jeito neutro. Isso é terapêutico em si”. (AED)
Criar um espaço para sonhar
Criar um tempo para si e observar o mundo interno tem se mostrado uma prática benéfica e que tem atraído não apenas indivíduos, mas corporações. “Hoje em dia, cada vez mais empresas estão recorrendo a práticas de mindfulness, ioga e meditação para os seus colaboradores, de forma a melhorar o bem-estar no local de trabalho. Estudos recentes revelam que o nível de autorrealização e bem-estar pessoal, bem como o sentido de pertencimento a uma comunidade de trabalho, é diretamente proporcional à produtividade e rentabilidade de uma empresa”, sustenta Ludwig Conistabile.
Para ele, em uma sociedade contemporânea com tantos estímulos visuais, é importante recuperarmos nosso poder de imaginar, sonhar de olhos abertos. “Isso é o que a música faz, cria um espaço para sonharmos. Nossa competência em manifestar nossa versão mais autêntica depende da nossa capacidade de sonhar com o que podemos ser, de imaginar outra versão de nós. O que somos hoje sonhamos um dia. Tudo isso pode ser muito útil como ferramenta para a educação infantil e nas empresas, onde cada vez mais se fala em bem-estar. Pessoas relaxadas podem expressar seu potencial”, avalia.
O harpaterapeuta observa que, após estudar a ressonância da harpa e seus efeitos, criou o casulo sonoro, “técnica de relaxamento, uma espécie de massagem sonora, em que há uma pulsação em que a música é improvisada naquele momento. O objetivo é desfazer as tensões físicas, psicológicas e emocionais e conduzir as pessoas a uma condição de meditação, por meio de paisagens imaginativas e poéticas. Assim, elas podem entrar em seu santuário sagrado”. (AED)